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Feminino: Selecionadora espanhola garante que ausência de Jenni Hermoso "não foi castigo"

Jennifer Hermoso no seu julgamento
Jennifer Hermoso no seu julgamentoTHOMAS COEX/AFP
A não convocatória de Jenni Hermoso para a seleção espanhola, na sequência do escândalo provocado pelo beijo forçado de Luis Rubiales, "não foi um castigo" e foi motivada por questões desportivas, garantiu esta segunda-feira a treinadora Montserrat Tomé em tribunal.

Deposta na véspera das primeiras declarações de Luis Rubiales e dos seus três co-arguidos, a treinadora disse ser"absolutamente responsável" pela decisão de não convocar Jennifer Hermoso em setembro de 2023, para o primeiro encontro das jogadoresa espanholas na sequência do escândalo causado pelo beijo forçado à jogadora.

Montserrat Tomé tinha acabado de assumir o comando da seleção nacional feminina. Sucedeu a Jorge Vilda, um dos três co-arguidos de Luis Rubiales no julgamento por ter pressionado Jenni Hermoso a encobrir o escândalo.

Montserrat Tomé foi anteriormente adjunta de Jorge Vilda, um treinador cujos métodos foram contestados pelas próprias jogadoras, durante o Campeonato do Mundo de 2023.

"Jenni não tinha treinado o suficiente com a sua equipa (...) estava numa situação muito desagradável (...) outras jogadoras estavam em melhores condições para defender a equipa", explicou Montserrat Tomé, garantindo que a não seleção da número 10 "não foi um castigo".

Jenni Hermoso regressou à seleção nacional no estágio seguinte, em outubro.

"Não conhecia a dimensão da situação", disse ainda sobre o beijo que Luis Rubiales deu a Jenni Hermoso no pódio após a vitória da Espanha na final do Campeonato do Mundo, afirmando que não presenciou o ato, mas que o discutiu com algumas jogadoras depois.

Na altura, a treinadora insistiu que "nunca tinha falado" com a Federação sobre protocolos anti-assédio para proteger as mulheres.

Pressionado, Luis Rubiales, que há muito afirmava que o beijo era consensual, foi obrigado a demitir-se e a FIFA suspendeu-o por três anos de todas as actividades relacionadas com o futebol. Há uma semana que está a ser julgado por agressão sexual e coação, depois de ter pressionado Jenni Hermoso a minimizar a importância do beijo não consensual. A acusação pediu dois anos e meio de prisão.

Três outros membros da Federação, incluindo Jorge Vilda, estão também a ser processados por terem pressionado a jogadora.

O julgamento teve início a 3 de fevereiro e deverá terminar, o mais tardar, a 19 de fevereiro.