A Nigéria chegou ao Campeonato do Mundo feminino depois de um desacordo com a NFF sobre salários e condições, com o selecionador Randy Waldrum a dizer que lhe deviam sete meses de ordenados e que algumas das suas jogadoras não recebiam há dois anos.
A equipa chegou aos oitavos de final do Mundial, onde acabou por ser eliminada pela Inglaterra nas grandes penalidades, após um empate a zero, na segunda-feira.
"A FIFPRO pode confirmar que está a ajudar as jogadoras num desacordo com a Federação de Futebol da Nigéria relativamente ao pagamento de bónus, subsídios de estágio e despesas, alguns dos quais remontam a 2021", afirmou em comunicado.
"Durante o Campeonato do Mundo, as jogadoras manifestaram o desejo de se concentrarem no seu desempenho sem fazerem declarações públicas ou enfrentarem outras distrações. No entanto, os Super Falcões acreditam que chegou o momento de a Federação de Futebol da Nigéria honrar os seus compromissos e pagar os montantes em dívida", pode ler-se.
A Reuters contactou a NFF para comentar o assunto, que não respondeu quando questionada sobre o assunto no mês passado.
A Nigéria é 11 vezes campeã da Taça das Nações Africanas de futebol feminino e Waldrum disse que não estava confiante de que a disputa seria resolvida até ao final do torneio.
"A equipa está extremamente frustrada por ter tido de recorrer à Federação de Futebol da Nigéria para obter estes pagamentos antes e durante o torneio e poderá ter de continuar a fazê-lo depois", acrescentou a FIFPRO.
"É lamentável que as jogadoras tenham de desafiar a sua própria federação numa altura tão importante das suas carreiras. A FIFPRO continuará a trabalhar com as jogadoras para garantir que os seus direitos contratuais sejam honrados e os pagamentos pendentes sejam liquidados", prossegue.
A avançada nigeriana Ifeoma Onumonu revelou que a equipa não tem acesso a um ginásio no seu campo de treinos na Nigéria e que as jogadoras foram obrigados a partilhar camas.
"Há muita coisa que precisa de ser feita. Espero que mais pessoas comecem a falar sobre isso. É difícil adaptarmo-nos ao facto de virmos para cá", afirmou a jogadora ao Guardian.
"Fazemos o que podemos porque adoramos jogar pelo nosso país, mas esperemos que nos facilitem a vida para darmos o nosso melhor".