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Giulia Dragoni marca uma nova era para a Itália no Campeonato do Mundo Feminino

Dragoni será a jogadora mais jovem do Campeonato do Mundo Feminino
Dragoni será a jogadora mais jovem do Campeonato do Mundo FemininoProfimedia
O Campeonato do Mundo marca o início de uma nova era para a seleção feminina de Itália, com a jovem médio do Barcelona Giulia Dragoni a ser o rosto principal de uma equipa que está em renovação..

A capitã de longa data Sara Gama, de 34 anos, ficou de fora das convocadas de Milena Bertolini, que decidiu dar espaço a novos talentos. Dragoni garantiu o seu lugar no avião para a Austrália e a Nova Zelândia depois de impressionar na sua estreia, aos 16 anos, como suplente utilizada no recente empate sem golos com Marrocos.

É improvável que a jovem jogadora seja titular contra a Argentina no início da campanha da Itália no Mundial-2023, na segunda-feira, em Auckland, dada a forte concorrência no meio-campo liderado por Manuela Giugliano. Mas Dragoni pode muito bem desempenhar um papel importante no torneio, uma vez que a equipa transalpina tenta mostrar que é melhor do que a sua exibição desanimadora no Euro-2022.

A Itália surpreendeu ao atingir os quartos de final do último Campeonato do Mundo - a primeira vez em duas décadas - mas terminou no último lugar do grupo no Europeu com um ponto..

Dragoni foi escolhida ao lado de outro jovem talento, Emma Severini, da Fiorentina, numa equipa que conta com 15 jogadoras da Juventus e da recém-coroada campeã italiana Roma. A jogadora que atuava com rapazes até aos 13 anos já ganhou a alcunha de "Pequeno Messi", e é uma estrela em ascensão.

Depois de deixar o Inter de Milão, em janeiro, marcou quatro golos em dez jogos na equipa B do Barcelona, que conquistou o título da segunda divisão, e fez parte da equipa principal que venceu a Liga dos Campeões.

"Desde setembro que começámos a experimentar coisas novas e a trazer novos jogadores", disse Bertolini: "Não queremos ficar restritos a um único estilo de jogo, porque a equipa precisa ser capaz de se adaptar dependendo de quem está enfrentando."

A atual posição da Itália no futebol feminino reflecte-se no objetivo declarado por Bertolini para o Campeonato do Mundo: sair de um grupo que também inclui a Suécia e a África do Sul e ver como as coisas correm a partir daí.

Superar as expectativas

O futebol feminino italiano evoluiu muito nos seis anos desde que Bertolini assumiu o comando da seleção nacional, mas o país ainda está atrás dos rivais europeus Inglaterra, Alemanha, França e Espanha, para não falar dos Estados Unidos, atuais bicampeões mundiais.

Uma das chaves para a ascensão da Itália ao 16.º lugar no ranking mundial foi Gama, mas ela foi dispensada no mês passado. O seu tempo como capitã e líder espiritual da seleção nacional aparentemente acabou. Mais do que uma jogadora importante nas 126 partidas que disputou pela seleção italiana, ela lutou para que o seu país levasse o futebol feminino a sério.

É vice-presidente da federação italiana de futebolistas, qualificada para trabalhar como diretora desportiva e uma presença culta capaz de mudar percepções.

Antes de a Itália chegar aos oitavos de final do último Campeonato do Mundo, o futebol feminino era totalmente amador e ignorado ou ridicularizado pelo público em geral. Mas a superação das expectativas na França-2019, em grande parte graças a uma linha defensiva liderada por Gama que não sofreu golos sem ser de bola parada, levou a uma audiência com o presidente italiano Sergio Mattarella e à profissionalização da Serie A feminina.

A retirada de Gama da equipa irritou a veterana defesa-central, mas Bertolini insiste que a Itália está pronta para avançar com a próxima geração.

"Há jovens jogadores que estão a evoluir e acredito que há jogadores mais adequados ao tipo de futebol que eu gostaria de levar para o Campeonato do Mundo", afirmou Bertolini.