Na sua primeira reação ao incidente, que aconteceu na cerimónia de entrega das medalhas após a vitória da Espanha sobre a Inglaterra na final do Campeonato do Mundo de Futebol Feminino, Infantino disse que o comportamento do líder da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Rubiales, tinha "estragado" a ocasião.
"As merecidas celebrações para estas magníficas campeãs foram estragadas pelo que aconteceu após o apito final. E o que continuou a acontecer nos dias seguintes. Isto nunca deveria ter acontecido", escreveu Infantino no Instagram.
A FIFA abriu um processo disciplinar contra Rubiales a 24 de agosto - quatro dias depois da final em Sydney - e depois suspendeu-o provisoriamente de todas as atividades futebolísticas a nível nacional e internacional durante 90 dias, enquanto a investigação continua.
"Os órgãos disciplinares da FIFA assumiram imediatamente as suas responsabilidades e tomaram as medidas necessárias. O processo disciplinar prosseguirá o seu curso legítimo. Da nossa parte, devemos continuar a concentrar-nos na forma de continuar a apoiar as mulheres e o futebol feminino no futuro, tanto dentro como fora do campo. Defendendo os verdadeiros valores e respeitando as jogadoras como pessoas, bem como pelos seus fantásticos desempenhos", acrescentou Infantino, que esteve presente na cerimónia de entrega dos troféus após a final.
Cronologia da polémica
Entretanto, o controverso treinador espanhol, Jorge Vilda, vencedor do Campeonato do Mundo de Futebol Feminino, deverá ser afastado, uma vez que o escândalo envolve a federação espanhola de futebol.
Mais de 80 jogadoras da seleção espanhola estão a fazer greve em protesto até que a liderança da RFEF seja alterada, na sequência do beijo forçado de Rubiales nos lábios do médio Hermoso.
Vilda, que na semana passada aplaudiu um discurso em que Rubiales se recusou a demitir-se do seu cargo e se insurgiu contra o "falso feminismo", criticou mais tarde o comportamento "inapropriado e inaceitável" de Rubiales.

Enquanto a maioria da equipa técnica espanhola se ofereceu para se demitir na sequência do incidente com Rubiales, Vilda não o fez, depois de Rubiales ter anunciado publicamente que o treinador estava prestes a obter um novo contrato com um grande aumento de salário.
Segundo a imprensa espanhola, os presidentes regionais da RFEF chegaram a acordo sobre a necessidade da saída de Vilda numa reunião realizada na segunda-feira, embora se diga que o técnico quer ter outro cargo na federação se deixar o seu atual posto.
"Não podemos dizer isso (que foi demitido), ainda não nos reunimos com Vilda, até à próxima semana. Assim que o fizermos, explicaremos as notícias relevantes... primeiro temos de ouvir e falar, isso é o mais importante", disse o presidente interino da RFEF, Pedro Rocha.
Rocha confirmou que o selecionador espanhol, Luis de la Fuente, que conduziu a equipa à glória na UEFA Nations League em junho, vai ficar - apesar das críticas de alguns setores, depois de também ele ter aplaudido o discurso de Rubiales.
"Sem dúvida (que fica), tem o apoio de todos os membros da federação. É um trabalhador esforçado que está a fazer um trabalho maravilhoso", disse Rocha.