Refugiada em casa, com a família, conversando com advogados e assessores em vez de comemorar uma conquista histórica, sob pressão, envolvida numa confusão gigantesca que nunca procurou, Hermoso sofreu muito nas últimas semanas. Agora, no México, país para o qual acaba de regressar, vai tentar voltar à normalidade.

Do céu ao inferno. A transição foi tão abrupta quanto inesperada. A atacante do Pachuca nunca imaginou que um terremoto de proporções gigantescas se seguiria àquele momento constrangedor no Estádio de Sydney.

Passou por um período difícil, presa numa teia de aranha emocional da qual não conseguiu se livrar. A agência de representação e o sindicato das jogadoras acolheram-na e apoiaram-na para ajudá-la a sair dessa situação desagradável o mais rápido possível. 

Na noite de quarta-feira, voou para o México para se reunir com as companheiras de equipa no Pachuca, o clube que a contratou no verão passado e que é a terceira experiência internacional após passagens pelo Tyreso, da Suécia, e pelo PSG.

No novo destino, encontrou afeto e felicidade, como ela própria reconheceu em mais de uma ocasião."Sinto-me muito feliz aqui", disse sobre o Pachuca.

Com 14 títulos em seu nome e cinco troféus como melhor marcadora, Jenni tinha uma grande reputação a nível internacional, que foi ratificada e aumentada após o título mundial conquistado com a Espanha na Austrália em 20 de agosto.

Desde que a tempestade foi desencadeada, só fez declarações num depoimento e em frente ao procurador-geral, acrescentando à denúncia feita pelo Ministério Público contra Luis Rubiales por agressão sexual.

A jogadora estava ansiosa para pôr um fim à sua provação e sair para desfrutar do futebol novamente. Chegou ao México e o clube anunciou que não vai falar publicamente neste momento, concentrando-se apenas para voltar à competição o mais rápido possível.

O seu pesadelo em Espanha não acabou, foi suspenso enquanto se aguarda novos desenvolvimentos, mas, por enquanto, Jenni será feliz novamente no México. Ela merece isso.