O juiz Francisco de Jorge, do Tribunal Nacional, admitiu a queixa apresentada pelos procuradores espanhóis na semana passada relativamente a alegados "crimes de agressão sexual e "coação"", informou o tribunal em comunicado.
O magistrado pediu também aos meios de comunicação social que lhe enviassem imagens de diferentes ângulos do beijo de Rubiales, bem como dos festejos das jogadoras espanholas no balneário e no autocarro da equipa após a conquista do Campeonato do Mundo, a 20 de agosto, em Sidney.
Na semana passada, o Ministério Público apresentou uma queixa contra Rubiales, solicitando "a tomada de declarações de Luis Rubiales, na qualidade de arguido, e da jogadora espanhola Jenni Hermoso, na qualidade de vítima".
Desde uma recente reforma do código penal espanhol, um beijo não consentido pode ser considerado agressão sexual, uma categoria criminal que agrupa todos os tipos de violência sexual.
As penas para um beijo forçado podem ir de uma multa a quatro anos de prisão, segundo fontes do Ministério Público.
A decisão de De Jorge foi tomada um dia depois de Rubiales ter anunciado a sua demissão do cargo de presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), depois de inicialmente se ter recusado a fazê-lo, alegando que o beijo tinha sido "consensual".
Numa carta aberta em que anunciou a sua decisão, o dirigente de 46 anos continuou a defender-se.
"Tenho fé na verdade e farei tudo o que estiver ao meu alcance para que ela prevaleça", escreveu Rubiales.
A polícia australiana disse à AFP na segunda-feira que estava disposta a ajudar numa investigação, mas que ainda não lhe tinha sido apresentado um relatório.
Hermoso, 33 anos, que joga no clube mexicano Pachuca, disse que o beijo indesejado a deixou "vulnerável e como vítima de uma agressão", com uma declaração nas redes sociais descrevendo-o como "um ato impulsivo, machista, fora do lugar e sem qualquer tipo de consentimento da minha parte".
Rubiales foi também acusado de a ter pressionado a falar em sua defesa imediatamente após o furor do beijo, o que, segundo os procuradores, pode ser considerado um crime de coação.