As disputas, que se tornaram muito públicas, surgiram após a frustração pela falta de jogos de preparação para o torneio que começa na próxima semana na Austrália e na Nova Zelândia. No entanto, a equipa participou num campo de treinos em Amesterdão, enquanto se prepara para a sua segunda participação consecutiva no Campeonato do Mundo, e recebeu alguma ajuda tardia de apoiantes empresariais.
As Reggae Girlz fizeram a sua estreia no torneio em França há quatro anos e, colocadas num grupo difícil, regressaram a casa depois de três derrotas.
As derrotas para o Brasil, a Itália e a Austrália, todas com uma história mais longa no futebol feminino e com mais recursos, não foram uma vergonha, e há sinais de que a equipa das Caraíbas poderá fazer melhor desta vez, apesar da turbulência.

A Jamaica enfrenta o Brasil, a França e o Panamá, rival da CONCACAF, num grupo muito exigente, e grande parte da inspiração para o otimismo foi gerado por Shaw, que foi eleita a melhor jogadora do ano na região da CONCACAF, tendo marcado 55 golso em 38 partidas pelo seu país.
A maior estrela do futebol feminino do Caribe, Shaw joga na Superliga Feminina da Inglaterra e marcou 31 gols em 30 jogos em todas as competições pelo Manchester City.
"Não me surpreende que ela esteja a fazer o que está a fazer e ainda tem muitos níveis a atingir, o que é bastante assustador para ser honesto. Acho que ela pode ser a melhor do mundo se quiser", disse a sua companheira de equipa no City, a defesa inglesa Alex Greenwood.
A média Drew Spence, do Tottenham Hotspur, Chantelle Swaby e a avançada Jody Brown são outras jogadoras a ter em conta.
Ligação com Bob Marley
Tem sido uma longa luta para as jogadoras jamaicanas conseguirem os recursos de que necessitam para competir e, durante muitos anos, a equipa foi ajudada financeiramente pelos esforços da filha de Bob Marley, Cedella.
Mas a esperança de que a participação em dois Campeonatos do Mundo consecutivos trouxesse uma nova era foram em vão e a preparação para o Campeonato do Mundo esteve longe de ser tranquila.
"Nos últimos meses, devido à extrema desorganização da logística do campo, perdemos vários jogos amigáveis oficiais da FIFA. Isto terá, sem dúvida, um impacto na nossa preparação para a Austrália", acusaram as internacionais.
O último jogo que a equipa disputou foi um amigável contra o Sheffield United, da segunda divisão inglesa, em Leicester, em abril.
No entanto, a equipa vai defrontar Marrocos na Austrália, no domingo, num jogo de preparação antes do início da fase de grupos, depois de ter viajado para o país anfitrião após o acampamento na Holanda.
"Não vamos chegar ao Campeonato do Mundo para relaxar, vamos esforçar-nos por obter algum sucesso", prometeram.