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Portugal de alto nível desafiou Estados Unidos (0-0), mas está fora do Campeonato do Mundo

Atualizado
Portugal joga cartada decisiva contra os Estados Unidos
Portugal joga cartada decisiva contra os Estados UnidosAFP
Portugal cumpriu esta terça-feira o 3.º e último encontro da fase de grupos do Campeonato do Mundo, frente aos Estados Unidos (0-0), número 1 do ranking FIFA, no Eden Park, Auckland (Nova Zelândia), que marcou a despedida da equipa das quinas da prova que decorre na Oceânia.
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As notas individuais dos onzesFlashscore

Recorde as principais incidências da partida

A epopeia de Portugal começou há muitos anos. Várias gerações lutaram pelo dia em que a equipa das quinas pudesse figurar entre as melhores seleções do Mundo e essa foi uma das conquistas de 2023. Com o nome de Ana Borges, Carole Costa, Dolores, Tatiana Pinto, Kika Nazareth e todas as outras que conseguiram passar do sonho à realidade.

O sorteio da fase de grupos colocou a seleção portuguesa num grupo com as campeãs e vice-campeãs mundiais (Estados Unidos e Países Baixos, respetivamente), uma oportunidade para a formação comandada por Francisco Neto superar-se uma vez mais, isto depois de ter ultrapassado 13 batalhas na caminhada rumo à Nova Zelândia.

A estreia frente aos Países Baixos (1-0) deixou um amargo de boca; a vitória histórica frente ao Vietname (2-0) deixou tudo em aberto para a última jornada e, aí, perante as campeãs mundiais, Portugal mostrou que é possível, mais uma vez, ser competitivo frente às melhores.

As principais notas estatísticas
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Mais uma revolução

Lúcia Alves, Andreia Jacinto e Telma Encarnação deixaram boas indicações no duelo contra o Vietname, onde Portugal dominou, mas pecou na finalização, no entanto o selecionador Francisco Neto optou por replicar o onze do primeiro jogo, exceção feita para Kika Nazareth que apareceu na vaga da lesionada Fátima Pinto, e fez regressar também o 4-4-2 losango.

A seleção portuguesa estava obrigada a vencer, até porque desde cedo se percebeu que os Países Baixos tinham caminho facilitado perante a equipa vietnamita, e jogava contra todas as probabilidades. Portugal nunca tinha vencido os Estados Unidos e nunca tinha sequer marcado. Era esta a montanha gigantesca que era preciso subir. Sem medo!

Depois de consentir duas aproximações sem perigo à baliza da guarda de Inês Pereira, Portugal cerrou os dentes e mostrou que as diferenças evidentes no papel eram muito mais reduzidas no campo. Aos 16 minutos, o génio de Kika encontrou Jéssica Silva solta de marcação, só que a camisola 10 não teve engenho para incomodar Alyssa Naeher.

Personalidade. Superação. Qualidade. As palavras que melhor caraterizam o jogo de Portugal. As jogadoras portuguesas manietaram a estratégia norte-americana, mostraram um futebol associativo de muito requinte, com Kika e Norton à cabeça, e lutaram de igual para igual até ao último minuto.

É verdade que Portugal perdeu alguma visão com a saída de Kika Nazareth, aos 62 minutos, ainda assim não abalou a sua estrutura defensiva e o jogo foi caminhando para o final sem que os Estados Unidos apresentassem uma oportunidade clara de golo. Podia esperar-se um pouco mais de ousadia do lado português nos últimos minutos, mas o selecionador preferiu a segurança e o equilíbrio ao risco.

Ainda assim, a equipa das quinas foi quem esteve mais perto de terminar o jogo com os três pontos, não fosse o poste negar um golo que poderia ter sido histórico para Ana Capeta e para o futebol português, no segundo minuto do tempo de descontos. Contas feitas, Portugal cai, mas cai de pé. Bravo.

 

Melhor em campo Flashcore: Diana Gomes (Portugal)