A CBF disse à AFP na noite de quinta-feira que estava a avaliar “a situação internamente”. Ancelotti, de 65 anos, assumiu o cargo de técnico da Seleção na segunda-feira, depois de assinar um acordo com a CBF para dirigir a equipa no Campeonato do Mundo de 2026, na América do Norte no próximo ano.
De acordo com uma carta da FIFA divulgada à imprensa em 28 de maio, a entidade máxima do futebol mundial está a pedir à CBF informações sobre Diego Fernandes, um “intermediário não licenciado” que se teria envolvido em negociações com o então técnico do Real Madrid.
A FIFA considera que isso “pode constituir uma violação” do Regulamento de Agentes de Futebol. O documento exige que a CBF forneça detalhes do papel de Fernandes, cópias dos pagamentos feitos, comunicações relacionadas ao contrato e quaisquer acordos assinados com o intermediário.
Questionada pela AFP, a CBF sustentou que “os termos que envolvem a negociação têm cláusulas de confidencialidade e foram elaborados pela antiga gestão” do ex-presidente Ednaldo Rodrigues, que foi destituído por decisão judicial em 15 de maio.
O escritório de Fernandes disse que o contrato “respeita rigorosamente todos os regulamentos da CBF e da FIFA”. O empresário brasileiro atuou como “consultor” devido ao “curto espaço de tempo” da negociação, que é incompatível com o processo de registro como agente da FIFA, disse o escritório em nota.
Acrescentou que Fernandes só receberá “o valor justo da intermediação” depois de obter a licença correspondente. De acordo com a imprensa brasileira, Fernandes vai ganhar uma comissão de 1,2 milhão de euros pelo negócio.
A chegada de Ancelotti é aguardada há mais de dois anos pela CBF, que quer encerrar uma série de resultados dececionantes. O italiano fará a sua estreia em 5 de junho, fora de casa, contra o Equador, e cinco dias depois o Brasil receberá o Paraguai nas eliminatórias sul-americanas para o Mundial de 2026.