João Félix foi o porta-voz da Seleção Nacional antes do duelo com Marrocos (sábado, 15 horas), a contar para os quartos de final do Mundial-2022. O avançado português de 23 anos assumiu o bom momento da equipa, mas não quis entrar em deslumbramento.
“Acho que quando perdemos não está tudo mal, nem quando ganhamos está tudo bem. Estamos cientes do que temos vindo a fazer, do que precisamos de fazer. Foi uma grande vitória diante da Suíça (6-1 nos oitavos de final), mas há que voltar à terra e ter os pés bem assentes para ter mais uma exibição de bom nível contra Marrocos”, explicou, deixando elogios ao adversário desta terça-feira: “Todas as seleções que já defrontámos têm maneiras diferentes de jogar. Já analisámos pontos positivos e negativos de Marrocos. Temos noção que vai ser um jogo muito complicado, mas já tivemos a ver, sabemos o que temos de fazer e vamos estar preparados para tentar ganhar o jogo. Está o Hakimi que é um grande lateral, joga num grande clube. Cada um vai defender o seu país e espero que no final seja eu a ganhar”.
Em destaque ao serviço de Portugal, João Félix tem mostrado uma atitude diferente em relação ao Atlético Madrid. Uma situação que o jogador abordou.
“Nota-se claramente que sim, que estou mais feliz. É o meu primeiro Mundial, a competição que todos sonham em jogar e ganhar. Estou a desfrutar ao máximo, é um sonho poder representar Portugal nesta competição e daí a alegria a jogar. Já jogo com alguns jogadores há muito tempo, falamos a mesma língua, existe outro entrosamento, o ambiente é diferente”, disse, recusando falar no futuro: “Estou completamente focado na seleção, concentrado em fazer um grande Mundial para ajudar esta equipa e dar uma alegria aos portugueses. Penso no Atlético Madrid quando acabar o Mundial”.
“Devíamos estar todos unidos”
Cristiano Ronaldo foi tema incontornável na conferência de imprensa. João Félix foi questionado sobre os rumores de que o capitão terá querido abandonar a Seleção Nacional e deixou uma mensagem.
“Quero deixar uma mensagem a todos os portugueses: Portugal esta numa grande competição, já não chegávamos aos quartos de final há algum tempo e devíamos estar todos unidos e não tentar estragar o ambiente”, asseverou.
E quanto à eventual ausência ou presença de Cristiano Ronaldo no onze, João Félix refutou a ideia passada por José Fonte de que os jogadores se sentiam compelidos a passar ao capitão quando este estava em campo.
“Não sinto essa obrigação de ter de passar a bola ao Cristiano. Procuramos fazer o melhor e passar para a melhor solução. Cada um tem a sua opinião, eu não sinto essa necessidade. O José Fonte terá as suas razões e respeito. Estando Cristiano Ronaldo vai dar uma coisas diferentes que quando não está. Se estiver em campo jogamos de maneira diferente porque ele nos dá outra coisa e quando ele não esta há outros jogadores. Não é por Cristiano jogar ou não jogar que a equipa joga melhor”, atirou, deixando uma certeza: “A nossa tática é sempre a mesma e a base vai estar lá sempre, tal como o nosso futebol. Temos vindo a fazer coisas bem e se queremos ganhar temos de as continuar a fazer”.
Por último, João Félix elogiou também os exemplos que estão dentro da Seleção Nacional.
"Há jogadores aqui que são exemplos para nós, que já ganharam dezenas de títulos e são todos exemplos para nós. Mesmo estando aqui inseridos no meio com eles olhamos para eles de maneira diferente", disse, refutando uma comparação feita com Kaká: "Acho que é um bocadinho de mais. Estamos a falar de um Bola de Ouro que ganhou tudo o que havia para ganhar. Eu ainda estou a começar".