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Lewandowski acusa Skorupski: "Mentiu e ficámos chocados com ele"

Lewandowski é o capitão da Polónia
Lewandowski é o capitão da PolóniaAFP
Robert Lewandowski deu uma entrevista à estação Eleven e ao sítio Meczyki. O capitão da seleção polaca não fugiu a temas difíceis e referiu-se, entre outras coisas, ao escândalo dos bónus que eclodiu em torno da seleção polaca após o Campeonato do Mundo no Catar.

"Não consigo aceitar muitas das coisas que estão a acontecer à volta da seleção nacional. Em vez de me concentrar no jogo, estava a concentrar-me noutros assuntos que não devia. Estava a assumir parte da culpa pelo bem da seleção nacional", disse Lewandowski sobre os últimos meses, antes de explicar a situação do escândalo dos bónus durante o Campeonato do Mundo.

"Não pedimos nenhum bónus. Recebemos uma proposta imoral e fomos deixados sozinhos em toda esta situação. Houve muitos mitos em torno do assunto e isso tem vindo a arrastar-se, foi muito difícil para nós. Queríamos afastar-nos do assunto, cometemos erros", asseverou.

O capitão da equipa nacional polaca continuou a explicação.

"O tema surgiu quando saímos da fase de grupos. Os capitães da equipa, ou seja, eu próprio, Wojtek Szczęsny, Grzegorz Krychowiak e Kamil Glik fomos convidados pela equipa técnica a dividir o bónus. Dissemos para o fazer o mais rapidamente possível para encerrar o assunto. Para que os suplentes também recebessem a sua parte. Decidimos que quanto mais depressa o fizéssemos, mais depressa encerraríamos o assunto. Para nós, o mais importante foi o jogo contra a França. Não houve discussões", disse Lewandowski.

De acordo com a imprensa, a seleção polaca, após o jogo contra a Argentina, o último da fase de grupos, concentrou-se na distribuição dos bónus pela passagem à fase a eliminar, e não no jogo contra a França dos oitavos de final. Toda esta situação viria a envolver os jogadores e o staff liderado pelo selecionador Czesław Michniewicz. Acabou por ser ele, algumas semanas depois do campeonato, a sair do comando da equipa.

"A certa altura, um membro da equipa técnica veio ter comigo e pediu-me um número de conta. Foi aí que a luz vermelha se acendeu para mim, não dei esse número e disse não mais", explicou Lewandowski, que afirmou que o seu pensamento estava apenas no jogo contra a França, tal como o resto da equipa vermelha e branca.

"Depois de toda a situação, disse aos rapazes para deixarem a ideia de lado. Houve alguns que não gostaram da ideia e, depois do Campeonato do Mundo, recebi um telefonema de Cezary Kulesza, que deve ter sabido de tudo desde o início, e disse que ia pensar em como resolver o problema, e eu transmiti-o à equipa", atirou Lewandowski, após o que atacou indiretamente Cezary Kulesza enquanto presidente da Federação Polaca de Futebol.

"Numa federação que funciona bem, não há nada que aconteça sem a sua participação. Todos os bónus que recebemos pelo nosso sucesso vêm da federação. Deveria ser o mesmo aqui. Na altura era uma abstração para nós, queríamos o bem da equipa, mas com tanta gente há sempre alguém que pode pensar o contrário", afirmou o futebolista do Barcelona.

Por fim, referiu-se a uma entrevista de Lukasz Skorupski que apareceu no Przegląd Sportowy alguns meses depois do Campeonato do Mundo. O guarda-redes da seleção polaca foi o primeiro a quebrar o silêncio e a dar a sua versão dos acontecimentos, diferente da dos outros. Na altura, disse que houve discussões sobre dinheiro na equipa nacional durante o Campeonato do Mundo.

"O momento em que aconteceu foi intrigante e, na minha opinião, esse veneno está atívo até hoje. Lukasz Skorupski mentiu nessa entrevista. Ficámos chocados por ele ter dito tal coisa. Reunimo-nos todos com Lukasz após esta situação e ele disse que foi mal interpretado e que não utilizou tais palavras", concluiuLewandowski.