Luis de la Fuente afirmou, numa entrevista no El Hormiguero, que "os primeiros a colocar um teto tão alto somos nós, os profissionais, e ainda mais conhecendo a matéria-prima de que dispomos, os futebolistas, que são insaciáveis desportivamente".
O treinador foi ainda questionado sobre a comparação entre a sua época e a atual.
"Os jogadores da nossa época seriam competitivos hoje em dia se nos dessem as mesmas ferramentas. Os materiais, os treinos e, sobretudo, o combustível. Levava a alimentação tão a sério que, na sexta-feira antes de jogar, comia um bife com feijão e pimentos", lembrou.
De la Fuente recorda que foi internacional em todas as categorias exceto na A: "Era muito difícil, na minha época, ser internacional como lateral esquerdo porque lá estavam Camacho, Gordillo ou Julio Alberto".
De olhos postos no Mundial-2026, garante que a melhor notícia seria não haver alterações entre os jogadores que costumam ser convocados e a lista definitiva.
"Mas pode haver lesões e vão ocorrer algumas mudanças. Não se sabe se vamos ser 23, 26, 25, 30. Na minha cabeça tenho a equipa ideal, os suplentes, já pensei em muitos cenários, mas primeiro é preciso qualificar-nos em novembro", explicou.
O riojano pronunciou-se sobre o assédio sofrido por Morata e Marcos Llorente: "Indigno-me porque é lamentável que se coloque no foco mediático o lado frívolo dos futebolistas. Estes jogadores treinam cinco a seis horas por dia, fisioterapia, ginásio, psicólogo. Quando têm um momento livre, que é pouco, saem para se divertir. Não para fazer uma festa ou beber uma garrafa de vinho."
60-70 jogos semanais
O treinador Haro quis marcar o seu próprio estilo. "Não vou morrer de compromisso, fui muito bom companheiro, joguei muito mas também deixei de jogar muito. Os meus treinadores falavam do meu profissionalismo", explicou.
"Desdramatizo a derrota e o erro, esses que se acham gurus, que só importa ganhar, penso que estão enganados. Compito sempre para ganhar, mas entendo que também me podem vencer. Se caio, levanto-me outra vez", acrescentou.
Além disso, explicou um pouco mais o que implica dirigir a seleção espanhola: "Ser selecionador é uma especialização, tem pouco a ver com ser treinador de clube, temos um dia a dia intenso mas falta-nos o campo. Vemos a impressionante marca de 60-70 jogos semanais com diferentes ferramentas".
"Estou há 12 anos na RFEF, vi toda essa geração de futebolistas, Unai Simón, Rodri, Gabián, em 2015 fomos campeões", lembrou.
60 selecionáveis
De la Fuente revelou que na RFEF gerem um campograma com quatro ou cinco jogadores por posição, pelo que há cerca de 60 selecionáveis.
Além disso, negou categoricamente que acredite no acaso no futebol: "Não acredito na sorte, acredito na sorte de não ter uma doença ou de ter nascido num país ou numa família onde nasci. No trabalho, não há sorte, há um processo de formação na seleção e também nos clubes de todos os jogadores".
O riojano reiterou que não compreendeu as acusações de Hansi Flick, basicamente porque já foi selecionador. "Também por vezes não entendo a postura dos clubes, agradecendo-lhes sempre a disponibilidade. É injusto acusar a seleção, quando todos os jogadores querem estar na seleção e os clubes também porque valorizam um ativo do clube", assumiu.
De la Fuente aponta dois ídolos na sua carreira: Johan Cruyff e Txetxu Rojo. Atualmente, reiterou que os melhores futebolistas do mundo estão em Espanha e que lhe interessa a felicidade do país: "Se fizermos algo grande, ameaço continuar até ao próximo Mundial".