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Missão quase impossível: Bolívia tem de bater o Brasil e rezar por ajuda

Carlo Ancelotti, selecionador do Brasil
Carlo Ancelotti, selecionador do BrasilPhoto by Mauro PIMENTEL / AFP
O objetivo da Bolívia é claro: tem de vencer o Brasil, como se de uma final se tratasse, e rezar para que a Colômbia tire pontos à Venezuela em Maturin para entrar no play-off intercontinental para o Campeonato do Mundo de 2026.

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La Vinotinto e La Verde chegam à 18.ª e última jornada das eliminatórias com esperanças diferentes, mas ambas ainda sonham com um lugar na fase de repescagem para o Campeonato do Mundo.

As duas seleções vêm de derrotas pelo mesmo resultado, 3-0, na última quinta-feira: a Venezuela perdeu no jogo que marcou a despedida de Lionel Messi do seu país, enquanto a Bolívia foi derrotada pela Colômbia, em Barranquilla, num encontro que confirmou o regresso dos cafeteros ao Mundial, depois da ausência no Catar 2022.

A Venezuela chega à ronda decisiva com 18 pontos e uma diferença de golos de -7, dependendo apenas de si para garantir o sétimo lugar, que dá acesso à repescagem. Já a Bolívia, com 17 pontos e uma diferença de golos de -19, precisa de vencer e ainda torcer por outros resultados para manter o sonho vivo.

A missão não será fácil para a equipa boliviana, que passou da euforia à desilusão nas últimas jornadas. Além de precisar derrotar a Venezuela, os bolivianos terão de esperar que a Colômbia não vença em Maturín para continuarem com hipóteses de qualificação.

Uma final na altitude

Desde que assumiu o comando da seleção boliviana, em meados do ano passado, Óscar Villegas alterou a estratégia e transferiu os jogos caseiros do tradicional Estádio Hernando Siles, em La Paz (3.650 metros), para o Estádio Villa Ingenio, em El Alto, situado a 4.150 metros de altitude.

A aposta surtiu efeito no início, com a Bolívia a somar pontos importantes e a subir na classificação. No entanto, a sequência de maus resultados recentes fez a equipa cair na tabela e chegar à última jornada das eliminatórias dependendo de terceiros para manter vivo o sonho de regressar a um Campeonato do Mundo.

“Às vezes falamos que temos de encarar cada jogo como uma final, mas desta vez é mesmo uma final. É o nosso último jogo, estamos a jogar por tudo”, afirmou Villegas em conferência de imprensa.

O técnico sublinhou ainda a dificuldade do desafio, reconhecendo a dimensão do adversário: “Vamos defrontar uma grande seleção, com história, currículo e, agora, com a mais recente contratação, o treinador Carlo Ancelotti.”

O médio Ervin Vaca também demonstrou confiança na preparação da equipa: “O Brasil vai querer ganhar, mas estamos preparados”, disse o jogador, em declarações à imprensa.

Para surpreender os pentacampeões mundiais, Villegas deve apostar num esquema com três atacantes.

O Brasil, de Carlo Ancelotti, chega a El Alto já com a qualificação garantida para o Mundial de 2026, somando 28 pontos e ocupando o segundo lugar nas eliminatórias, atrás da Argentina. Sem Neymar e Vinícius Jr., será a primeira vez que a seleção brasileira jogará em El Alto, palco escolhido pela Bolívia para tentar explorar o fator altitude e manter viva a esperança de repetir a histórica presença no Mundial dos EUA de 1994.

Carletto vai com tudo

Com a missão de honrar a sua história e garantir o segundo lugar na classificação, a seleção brasileira chega a El Alto com o objetivo de conquistar mais três pontos e manter viva a ambição de terminar as eliminatórias na melhor posição possível.

“A camisola do Brasil não permite jogos mais ou menos importantes: todo jogo é importante”, afirmou Carlo Ancelotti, sublinhando a responsabilidade que carrega no comando da Canarinha.

O treinador, premiado pelos tempos de glória no Real Madrid e ainda a adaptar-se às exigências das eliminatórias sul-americanas, adiantou que fará alterações na equipa em relação àquela que venceu o Chile por 3-0 no Maracanã na semana passada.

O técnico confirmou ainda a ausência de Kaio Jorge, melhor marcador do Campeonato Brasileiro, que fica de fora devido a lesão.

“Vamos mudar não só a estratégia, mas também alguns jogadores”, disse Ancelotti, sobre o que será o seu primeiro jogo numa cidade de altitude.

O avançado Gabriel Martinelli também reconheceu a dificuldade extra de jogar em El Alto: “A altitude é, sem dúvida, um fator incómodo para os visitantes, mas estamos concentrados no jogo.”

O Brasil entra em campo já com a qualificação para o Mundial de 2026 assegurada, mas promete manter a intensidade e o foco, consciente dos desafios que a altitude de 4.150 metros pode impor diante da Bolívia.