É claro que é impossível prever com exatidão um Mundial, já que há sempre surpresas protagonizadas por equipas teoricamente mais fracas e algumas seleções favoritas acabam por desiludir.
No entanto, podemos simular como ficará o quadro se não houver surpresas, revelando assim os duelos mais prováveis nas fases a eliminar e os possíveis caminhos até à final.
Para tal, recorremos ao ranking mundial oficial da FIFA, projetando que cada jogo, desde os playoffs em março até à final, em julho, será vencido pela seleção melhor classificada.
Utilizámos também o ranking mundial para ordenar as equipas que terminam em terceiro lugar, com as oito mais bem classificadas a seguirem para os 16 avos de final.
Nesta simulação, os playoffs são conquistados pela Dinamarca, Itália, Turquia, Ucrânia, RD Congo e Iraque, e o Mundial desenrola-se da seguinte forma:

O sorteio deste ano garantiu propositadamente que as quatro melhores seleções do mundo – Espanha, Argentina, França e Inglaterra – fiquem em quartos diferentes do quadro, caso vençam os respetivos grupos. No entanto, os seus percursos até às meias-finais continuam longe de ser fáceis.
Os campeões europeus, Espanha, têm o caminho teoricamente menos complicado nesta simulação, com Áustria, Croácia e Bélgica como adversários mais prováveis nas três primeiras rondas a eliminar.
Já para a França, o cenário é bem mais exigente, com duelos frente a gigantes europeus como Alemanha e Países Baixos antes de um possível reencontro com a seleção de Luis de la Fuente, repetindo a meia-final do Euro-2024.
A Inglaterra, por sua vez, tem provavelmente o percurso mais complicado entre as quatro favoritas, enfrentando Erling Haaland e a Noruega, a seleção anfitriã México e os pentacampeões Brasil.
Quanto à campeã em título, Argentina, prevê-se que defronte Marcelo Bielsa e o seu Uruguai, antes de um apetecível duelo nos quartos de final frente a Portugal, onde Lionel Messi e Cristiano Ronaldo se defrontariam finalmente no maior palco de todos.
Dito isto, o ranking mundial está longe de ser uma ciência exata.
Por exemplo, apesar de estar abaixo de Senegal no ranking, a Noruega tem boas hipóteses de ultrapassar a seleção africana e terminar em segundo no Grupo I, podendo assim defrontar Equador em vez de Inglaterra na primeira ronda a eliminar.
Noutro cenário, se a Turquia conseguir mesmo passar os playoffs, acreditará que pode vencer os Estados Unidos e garantir o primeiro lugar do Grupo D.
Quem vencer esse grupo será, provavelmente, a seleção menos cotada com mais hipóteses de protagonizar uma campanha surpreendente, podendo bastar-lhe vencer os anfitriões Canadá e uma Bélgica pouco convincente para chegar aos quartos de final.
Pelo contrário, Brasil e Países Baixos parecem ser as grandes seleções mais ameaçadas por uma eliminação precoce inesperada.
As seleções favoritas podem cruzar-se logo nos 16 avos de final, se alguma não vencer o seu grupo, algo perfeitamente possível, já que a equipa de Carlo Ancelotti ficou no grupo dos semifinalistas de 2022, Marrocos, e os Países Baixos terão pela frente um Japão em grande forma. Mesmo que evitem o confronto direto, não terão tarefa fácil frente a estas seleções na primeira ronda a eliminar.
Em suma, temos um sorteio que garante grandes duelos logo desde o início das fases a eliminar até à final, e que oferece amplas oportunidades para que uma seleção menos cotada possa protagonizar uma campanha de sonho.
