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Mundial-2026: Carlos Queiroz espera força da bandeira a ajudar Omã na qualificação

Carlos Queiroz, selecionador nacional de Omã
Carlos Queiroz, selecionador nacional de OmãNoushad Thekkayil/NurPhoto / Shutterstock Editorial / Profimedia

O selecionador de Omã, o português Carlos Queiroz, disse esta terça-feira esperar que a força de representar o país possa ajudar a equipa a chegar ao Mundial-2026 de futebol, deixando críticas ao formato da quarta ronda de qualificação asiática.

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Treinei um pouco por tudo o mundo, de Portugal a Omã, e o que sei é uma coisa: quando uma equipa joga também pela sua bandeira, a combinação é muito poderosa, muito poderosa! (...) Omã joga futebol também pela sua bandeira, pela sua nação. Depois, no fim, é sempre futebol. Por isso deixo uma mensagem aos jogadores, de Omã e do Qatar: desfrutem de oportunidade. Temos adeptos dos dois lados, que também querem o melhor. E a nossa missão é tornar os nossos adeptos felizes”, disse.

Em conferência de imprensa em Doha, na véspera de defrontar o Catar, na primeira jornada do Grupo A da quarta fase, Queiroz diz que “é uma honra e um prazer estar de regresso ao Catar”, cuja seleção já treinou, reforçando a ideia de que a sua equipa vai jogar por um país inteiro.

Para o povo de Omã, podem estar certos de que os nossos jogadores são mais do que futebolistas. Jogam com a alma do povo de Omã. Apesar das adversidades e injustiças que enfrentamos, estão preparados para que os adeptos fiquem orgulhosos. Queremos ser uma equipa que seja lembrada. Os adeptos vão sentir isso. Sejam quais forem as dificuldades, essas dificuldades vão tornar-nos mais fortes”, assegurou.

Omã vai defrontar o Catar na quarta-feira e joga três dias com os Emirados Árabes Unidos, que defrontam em 14 de outubro a seleção anfitriã do Grupo A, com o vencedor da ‘poule’ a apurar-se diretamente para o Mundial-2026, ao passo que os segundos classificados medirão forças a duas mãos em novembro para definir o representante asiático no play-off intercontinental.

Temos dois jogos em três dias, o Qatar tem seis dias de intervalo. Se o cenário é este, eu não tenho mais comentários, é melhor falar com as pessoas que têm a responsabilidade de decidir. Tenho 40 anos de futebol e não me parece que isto seja fair-play. Mas eu sou apenas treinador, tenho de aceitar, aliás, tenho de agradecer, porque os meus jogadores crescem com isto, tornam-se mais fortes com isto”, afirmou

Carlos Queiroz garantiu ainda que “sentiria o mesmo” em relação ao modelo da qualificação se estivesse no comando do Catar, que assegura que, consigo, já estava apurado para o Mundial-2026.

“Sabemos que será difícil. Somos nós contra tudo e todos. Como disse, quando o Catar jogar contra os Emirados Árabes Unidos, saberá o resultado que tem de fazer. Nunca vi isto em 40 anos de futebol. Mas, mais uma vez, obrigado, porque isso ajuda-nos a estar mais focados, mais concentrados, mais fortes, mais rápidos. Estes rapazes estão preparados para vender cada gota de suor e sangue dentro do campo. Acreditem, também não será fácil para o nosso adversário”, assumiu.

Catar e Emirados Árabes Unidos foram duas das sete seleções orientadas anteriormente por Carlos Queiroz, que foi contratado em julho para tentar levar os omanis pela primeira vez ao Mundial, no qual já orientou Portugal (2010) e Irão (2014, 2018 e 2022) - não qualificou os iranianos há três anos, mas levou a África do Sul à edição de 2002, sem estar na respetiva fase final.

O ex-selecionador nacional, entre 1991 e 1993 e de 2008 a 2010, pode alcançar um feito único no futebol, superando os quatro apuramentos para as fases finais da principal prova planetária de seleções conseguidos pelo inglês Walter Winterbottom e pelo uruguaio Óscar Tabárez.

A 23.ª edição do Mundial decorre entre 11 de junho e 19 de julho de 2026 e contará pela primeira vez com 48 seleções participantes, numa inédita organização tripartida entre Estados Unidos, México e Canadá, todos automaticamente qualificados como anfitriões.