O treinador, o argentino Ricardo Gareca, é um dos poucos otimistas: "Além da classificação, não quero que as pessoas percam a fé. Vamos jogar contra o Equador como se fosse uma final", disse o técnico após a derrota em Assunção.
O Chile tinha como objetivo pelo menos um ponto contra o Paraguai e precisa dos três pontos contra o Equador em Santiago na terça-feira para estar na luta pela repescagem, mas a derrota - somada à vitória do Peru por 3-1 sobre a Bolívia - deixou a Roja no último lugar com nove pontos e um futuro difícil.
Depois do Equador, o Chile receberá a Argentina em Santiago, viajará para El Alto (mais de 4.100 m acima do nível do mar) para jogar contra a Bolívia e fora de casa contra o Brasil, e encerrará a qualificação contra o Uruguai em casa.
"O importante é que a equipa está sempre a melhorar. Ainda temos uma chance de nos qualificarmos e vamos lutar até o fim", disse o veterano Arturo Vidal, um dos poucos que ainda acreditam num milagre.

Sem pontos, sem golos
A Roja perdeu oito jogos, empatou três e venceu apenas dois, contra Peru e Venezuela, seus rivais na parte de baixo do apuramento regional.
Além disso, é a seleção que sofreu mais golos, com 21 golos sofridos, e a segunda que menos balançou as redes, com apenas nove golos.
Por isso, o Chile só pensa em chegar à repescagem para ter uma chance de ir ao Mundial-2026 na América do Norte, atualmente nas mãos da Bolívia, com 13 pontos.
A última participação do país no Mundial foi no Brasil-2014.
A América do Sul tem seis vagas diretas para o Mundial-2026 na América do Norte, com o sétimo a ir para uma repescagem intercontinental.
"Se vencerem o Equador, (o Chile) terá uma hipótese matemática de lutar (por um lugar). A matemática dá-nos muita coisa, mas a realidade é outra", disse o comentador desportivo da rádio Cooperativa, Ernesto Contreras.

Uma mudança que não vem
O Chile viveu a glória desportiva pelas mãos da chamada Geração de Ouro - composta por jogadores como Arturo Vidal, Alexis Sánchez e Claudio Bravo - que levou a Roja à sua primeira Copa América em 2015, e ao Centenário nos Estados Unidos um ano depois.
Em ambas as finais, derrotaram a Argentina liderada por Lionel Messi nos penáltis.
Mas essa mesma Geração de Ouro não se conseguiu qualificar para os Mundiais da Rússia-2018 e do Catar-2022 e a tão esperada renovação não chegou.
Gareca tentou, sem sucesso, experimentar novos jogadores, como Luciano Cabral, do Independiente de Avellaneda, Paulo Diaz, do River Plate, e Fernando Zampedri, argentino nascido no Chile, de 37 anos, atacante da Universidad Católica que fez a sua estreia pela Roja contra o Paraguai.
No entanto, na falta de resultados, recorreu a Vidal, Eduardo Vargas e Charles Aránguiz, os pilares da Geração de Ouro.
Embora a matemática dê ao Chile uma opção remota, "a realidade futebolística avisa que o país não se qualificará para o Mundial novamente", escreveu o jornal El Mercurio.