Bélgica 4-3 País de Gales
Craig Bellamy viu o seu arranque invicto na seleção do País de Gales terminar ao fim de 10 jogos, mas os seus jogadores deram uma resposta corajosa na Bélgica, perdendo por 4-3 frente aos Diabos Vermelhos num jogo inesquecível de qualificação para o Mundial.

Apesar do bom registo do seu treinador, o País de Gales sabia que este seria o maior teste da fase de qualificação, mas nem o mais pessimista poderia imaginar um início tão desastroso nos primeiros 30 minutos.
Foi um verdadeiro jogo de homens contra rapazes, com os Diabos Vermelhos, equipados de amarelo, a atormentar os visitantes desde o apito inicial, e a inaugurar o marcador aos 15 minutos através de uma grande penalidade, resultante de uma mão na bola de Brennan Johnson após um remate de Kevin De Bruyne. O VAR analisou o lance, mas depois de dada luz verde, Romelu Lukaku converteu com calma para o canto inferior esquerdo, enganando Karl Darlow.
Lukaku mal teve tempo para saborear o seu 89.º golo internacional, pois a Bélgica duplicou a vantagem apenas quatro minutos depois. De Bruyne voltou a estar em destaque, ao avançar sobre a defesa galesa até servir Maxim De Cuyper, que cruzou para Tielemans finalizar com um remate colocado.
O País de Gales podia ter reduzido a desvantagem pouco depois, quando Ben Davies obrigou Matz Sels a uma defesa apertada com um remate de longa distância. Mas o domínio belga manteve-se e, pouco depois de Jérémy Doku quase assistir De Bruyne (que falhou o alvo por centímetros), o próprio Doku irrompeu pela área e disparou para o canto inferior esquerdo com um remate colocado, com Darlow ainda a tocar com a ponta dos dedos.
A Bélgica abrandou ligeiramente, talvez em demasia, e o País de Gales aproveitou para ganhar uma réstia de esperança pouco antes do intervalo. Sels derrubou Chris Mepham numa disputa aérea na sequência de um canto, e na conversão do penálti, Harry Wilson rematou com precisão para o canto oposto. Esse golo alterou substancialmente o tom das conversas ao intervalo, mas foi a Bélgica que voltou a entrar melhor. Dodi Lukebakio teve nos pés a oportunidade de matar o jogo logo após o recomeço, ao receber um passe subtil de De Bruyne e isolar-se frente a Darlow, mas atirou por cima num remate desastroso.
Esse erro revelou-se ainda mais grave aos 51 minutos, quando o País de Gales reduziu para 3-2. Johnson e Wilson trocaram passes pela direita, e, com um cruzamento rasteiro milimétrico, Wilson encontrou Sorba Thomas, que surgiu em velocidade e sem marcação, rematando colocado para o canto mais distante.
Apesar da vantagem reduzida, a Bélgica conseguiu encontrar forças adicionais, com Ben Davies a impedir um possível golo de Lukebakio com um corte de cabeça providencial após mais uma jogada criada por De Bruyne.
O País de Gales parecia ter perdido o ímpeto, mas uma dupla substituição trouxe novas ideias ao ataque, e o impensável aconteceu a pouco mais de 20 minutos do fim. Wilson encontrou Thomas junto ao segundo poste, e o jogador emprestado ao Nantes assistiu Brennan Johnson com um passe de cabeça, deixando o herói da final da Liga Europa na mesma zona onde anteriormente cometeu a grande penalidade – desta vez, cabeceou para dentro da baliza e completou a improvável recuperação galesa.
A partir daí, o jogo ficou em aberto, e após um golo anulado a Lukaku, De Bruyne apareceu na área a finalizar um cruzamento de Tielemans para garantir a vitória da Bélgica.
Foi um duro golpe para o País de Gales, mas a exibição deixou sinais mais do que positivos de que uma segunda presença consecutiva num Mundial está ao alcance da equipa galesa, num grupo que é, para já, liderado com a Macedónia do Norte. Já a Bélgica conseguiu, à segunda partida, a primeira vitória na fase de qualificação.
