Espanha, França, a Alemanha e Portugal só agora iniciam a viagem que os levará ao torneio na América do Norte. A situação na Europa contrasta com a de outros países.
Os campeões do mundo Argentina, Brasil e Equador já se qualificaram na América do Sul, onde a qualificação está quase concluída. Entretanto, seis lugares estão garantidos nas eliminatórias asiáticas.
A Europa tem 16 lugares de qualificação, um terço do total para o primeiro Campeonato do Mundo de 48 equipas. Todos os 12 vencedores dos grupos passam para a fase final, com mais quatro vagas disponíveis nos play-offs.
A Espanha, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial, só atrás da Argentina, vem de uma derrota na final da Liga das Nações da UEFA, em junho, contra Portugal, nos penáltis. Os espanhóis começam a sua campanha de qualificação com uma deslocação à Bulgária, antes de um jogo difícil na Turquia.
Uma equipa liderada por Lamine Yamal e Nico Williams, e com Rodri do Manchester City de volta após uma grave lesão no joelho, está a ser apontada como uma das favoritas para vencer o Campeonato do Mundo. Mas o treinador Luis de la Fuente - cuja equipa também enfrenta a Geórgia de Khvicha Kvaratskhelia no Grupo E - está a ser prudente.
"Esta é uma campanha de qualificação e é muito difícil", insistiu De la Fuente: "A Itália falhou dois Campeonatos do Mundo recentemente. Há muitos passos a dar antes de chegar à final. Vamos concentrar-nos em chegar lá e fazer o trabalho."
O adeus Deschamps
A França chegou às duas últimas finais do Campeonato do Mundo, tendo conquistado o troféu em 2018 e perdido nos penáltis em 2022. Tudo leva a crer que os Bleus querem terminar em alta antes de o treinador Didier Deschamps se retirar para terminar um reinado de 14 anos.
Deschamps fez parte da equipa francesa que não se qualificou para o último Campeonato do Mundo nos Estados Unidos a América, em 1994, mas a atual geração deve ter mais do que suficiente para liderar um grupo que inclui a Ucrânia, a Islândia e o Azerbaijão.
"A qualificação para o Campeonato do Mundo nunca foi uma formalidade, pode ser implacável ao mais alto nível", afirmou Deschamps, que convocou pela primeira vez Hugo Ekitiké, recém-contratado pelo Liverpool.
Por Diogo Jota
Portugal deveria estar em alta depois de ter vencido a Liga das Nações, mas os dois jogos fora contra a Arménia e a Hungria serão os primeiros desde a trágica morte de Diogo Jota em julho.
"Queremos honrar a sua memória todos os dias", disse o treinador Roberto Martinez.
Aos 40 anos, Cristiano Ronaldo parece ter todas as intenções de liderar a equipa até ao fim na sua tentativa de ganhar um primeiro Campeonato do Mundo.
A Alemanha não consegue chegar a uma meia-final de uma grande competição desde o Euro 2016. A equipa de Julian Nagelsmann ocupa apenas o nono lugar no ranking mundial, mas um plantel que conta com as novas estrelas da Premier League, Florian Wirtz e Nick Woltemade, continua a ser formidável.
A equipa começa por defrontar a Eslováquia fora de casa e a Irlanda do Norte em casa, sendo o Luxemburgo o outro adversário do Grupo A.
Itália num buraco
A Itália, por sua vez, continua uma campanha que começou da pior maneira possível, com uma derrota por 3-0 na Noruega em junho, que custou o emprego do técnico Luciano Spalletti.
A Azzurra, que não conseguiu apurar-se para os dois últimos Mundiais, venceu a Moldávia, mas está nove pontos atrás dos noruegueses de Erling Haaland no Grupo I - embora com dois jogos a menos. Não há margem para erros, pois o reinado de Gennaro Gattuso começa contra a Estónia e Israel.
"Uma coisa é certa: não tenho medo", disse Gattuso.
A Inglaterra não tem sido inspiradora sob o comando de Thomas Tuchel, mas parece estar a caminho da qualificação. A seleção dos Três Leões tem três vitórias em três jogos no Grupo K, todas sem sofrer golos, e recebe Andorra no Villa Park e viaja para a Sérvia para o que deve ser o jogo mais difícil da campanha.
A luta pelo apuramento pode ser mais acirrada no Grupo B, no qual a Suíça enfrentará a Suécia de Alexander Isak.
A Dinamarca é a favorita no Grupo C, à frente da Grécia e da Escócia, enquanto o País de Gales espera continuar lutando contra a Bélgica no Grupo J.