Disputada sob forte proteção policial, a partida foi marcada por uma manifestação pacífica que reuniu centenas de pessoas. Também houve ações de apoio à Palestina no estádio Ullevaal antes do apito inicial.
Recorde as incidências da partida
Mais tarde, policiais equipados com trajes de choque dispersaram com gás lacrimogéneo dezenas de manifestantes, alguns com o rosto coberto, que permaneciam próximos ao estádio. Posteriormente, os agentes realizaram várias detenções.

Antes da partida, os manifestantes haviam estendido uma bandeira gigante da Palestina e um imenso cartaz nas bancadas com a frase "Deixem as crianças viver". Dezenas de adeptos israelitas, por sua vez, agitavam bandeiras de seu país com um cartaz: "Deixem a bola falar".
Ouviram-se vaias durante o hino de Israel. Um homem com uma camisola a dizer "Free Palestine" (Palestina Livre) invadiu brevemente o campo durante a partida e foi contido.
Com kufiyas (o tradicional lenço palestino) envolta no pescoço e agitando bandeiras palestinas, os manifestantes haviam se reunido horas antes no centro da capital norueguesa, antes de marchar para o estádio Ullevaal. O ambiente era de calma, apesar do uso de sinalizadores.
"A mensagem que queremos passar hoje é que estamos exibindo o cartão vermelho contra Israel, contra o apartheid e contra o genocídio", declarou Line Khateeb, presidente do Comitê Norueguês para a Palestina, uma das organizações promotoras da mobilização, à AFP.
"Recusamos que o futebol seja utilizado para maquiar crimes de guerra, como ocorre hoje com a participação de Israel nos jogos de qualificação para o Mundial", acrescentou.
Na manifestação, foram exibidos cartazes com mensagens como "Excluam Israel do futebol internacional", "Cartão vermelho para Israel" ou "Isso é um genocídio, não uma guerra".
Receita para os Médicos Sem Fronteiras
Os organizadores decidiram manter a manifestação apesar do acordo de cessar-fogo em Gaza, alcançado na última quinta-feira entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.
"Isso não põe fim à ocupação. Não significa que a Cisjordânia seja livre. Não significa que a Palestina seja livre. Precisamos de continuar a pressionar e impor sanções a Israel para responsabilizá-los e assim a Palestina realmente ser livre", insistiu Khateeb.
A presidente da Federação Norueguesa de Futebol, Lise Klaveness, indicou recentemente estar trabalhando "para que Israel seja sancionado".
"Pessoalmente, acredito que se a Rússia está excluída, Israel também deveria estar", afirmou Klaveness num podcast.
Poucos dias após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, a UEFA e a FIFA excluíram conjuntamente a seleção e os clubes russos de todas as competições internacionais, uma sanção que ainda está em vigor.
A receita de bilheteria da partida entre Noruega e Israel será doada aos Médicos Sem Fronteiras (MSF), anunciou a Federação Norueguesa de Futebol.
A Noruega venceu Israel por 5-0, manteve os 100% de aproveitamento na qualificação e reforçou a sua liderança no grupo, à frente da Itália.