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Os vencedores da final dos play-offs africanos avançam para um torneio intercontinental de seis nações no México em março, que envolve todas as regiões do futebol exceto a Europa. Já os derrotados ficam fora da corrida para integrar o recorde de 48 seleções que vão participar no maior evento global, organizado pelos Estados Unidos, Canadá e México.
Nigéria e República Democrática do Congo foram duas das quatro seleções que receberam uma segunda oportunidade de qualificação, por terem sido os melhores segundos classificados dos nove grupos africanos.
Nas meias-finais de quinta-feira, o avançado do Galatasaray, Osimhen, marcou dois golos no prolongamento, ajudando a Nigéria a vencer o Gabão por 4-1, enquanto Chancel Mbemba garantiu uma vitória tardia por 1-0 para a RD Congo frente aos Camarões.
Osimhen, eleito Jogador Africano do Ano em 2023, assinou um hat-trick no mês passado na vitória por 4-0 sobre o Benim, que permitiu à Nigéria garantir um lugar nos play-offs.
O avançado de 26 anos, que continua a usar uma máscara protetora após uma grave lesão facial há quatro anos, foi uma ameaça constante contra o Gabão e podia ter marcado seis golos. Por várias vezes esteve muito perto de marcar, até que, no último dos 12 minutos de compensação, rematou ao lado quando só tinha o guarda-redes Loyce Mbaba pela frente.
"Fiquei destroçado por não ter conseguido marcar naquela ocasião. Foi uma falha grave. Por vezes marco golos incríveis que ninguém espera e, noutras ocasiões, falho quando todos pensam que vou marcar. Pedi desculpa aos meus colegas por essa falha e prometi que ia marcar no prolongamento, o que acabei por conseguir por duas vezes", admitiu Osimhen aos jornalistas.
A Nigéria já conseguiu o apuramento para o Mundial em seis das oito tentativas desde a primeira qualificação em 1994.
"Paixão"
As Super Águias nunca falharam dois Mundiais consecutivos desde a estreia e estão determinados a compensar a derrota no play-off frente ao Gana, que lhes tirou a qualificação para o Catar há três anos. A Nigéria está 19 lugares acima da RD Congo no ranking mundial e é favorita no duelo com os Leopardos, mas o treinador Eric Chelle, natural da Costa do Marfim, prefere cautela.
"A vitória sobre o Gabão não significa nada. Agora vamos enfrentar adversários de peso, a RD Congo, e, se ganharmos, haverá tempo para festejar. Estamos a tentar criar uma identidade. Os meus jogadores percebem o que quero e estão a evoluir mental e tecnicamente a cada janela internacional. O segredo do sucesso frente ao Gabão foi a paixão. Trabalhámos em conjunto. Temos de recuperar essa paixão contra os congoleses", acrescentou o antigo treinador do Mali, de 48 anos.
Enquanto a Nigéria tem sido presença habitual no Mundial, que se realiza de quatro em quatro anos, a única participação dos congoleses foi em 1974, quando o país africano, rico em minerais, se chamava Zaire. O treinador francês Sebastien Desabre transformou a seleção congolesa, sempre talentosa mas muitas vezes irregular, numa equipa combativa liderada pelo defesa-central Mbemba, ex-FC Porto e atualmente no Lille.
"Temos jogadores experientes. O que estamos a construir não aconteceu de um dia para o outro. Vamos dar tudo contra a Nigéria", prometeu Desabre.
A Nigéria já participou em 16 campanhas de qualificação para o Mundial e a RD Congo em 12, mas o duelo no Estádio Príncipe Heritier Moulay El Hassan, com capacidade para 22.000 espectadores, será o primeiro confronto entre ambas.
Bolívia e Nova Caledónia já garantiram presença no torneio intercontinental, Iraque ou Emirados Árabes Unidos vão representar a Ásia e Jamaica e Panamá são os principais candidatos a serem os dois qualificados da América Central/Caraíbas.