Numa mensagem contundente nas redes sociais, o Grupo Ollamani, originado da Televisa e proprietário do Estádio Azteca, anunciou oficialmente o acordo entre os titulares de 800 camarotes e 10.000 plateias do recinto e a FIFA para o Mundial-2026, após 15 meses de disputa judicial para que os proprietários pudessem usá-los sem custo extra durante os cinco jogos que serão disputados no local.
“Hoje comunicamos com satisfação aos camaroteiros e plateieiros que poderão exercer o acesso e uso dos seus camarotes/plateias, sem nenhum custo, durante os cinco jogos que serão realizados no estádio. Para isso, o Estádio assumiu uma série de compromissos e pagamentos à FIFA”, afirmou o grupo na sua conta no X.
FIFA não perde
A disputa que ameaçava ser uma dor de cabeça para a FIFA começou em 2024, quando os titulares dos camarotes e plateias reivindicaram o direito de ocupar os seus lugares em todos os eventos realizados no Coloso de Santa Úrsula, após assinarem um contrato de propriedade por 99 anos que começou em 1966.
Sem considerar esse contrato, o órgão máximo do futebol mundial pretendia utilizar todos os lugares do Estádio Azteca, sob o pretexto do Mundial que será realizado parcialmente no local pela terceira vez na história. No entanto, longe de se compadecer dos proprietários, a FIFA encontrou uma forma de sair a ganhar.
Para resolver o problema, com ambas as partes relutantes em ceder, o Grupo Ollamani decidiu comprar da FIFA todos os ingressos desses espaços para entregá-los aos proprietários, a fim de evitar uma disputa longa, cara e que certamente mancharia o desenvolvimento do Mundial no Azteca.
Acordo com certas condições
Além de receber o valor desejado por esses lugares que não pôde comercializar para venda geral, o acordo também incluiu exigências inegociáveis da FIFA e que, de certa forma, violam o contrato que ampara os proprietários.
Para ceder, a FIFA avisou que os proprietários dos camarotes e plateias não poderão entrar com os seus alimentos e bebidas como fazem em cada evento realizado no Estádio Azteca, nem utilizar as suas vagas reservadas de estacionamento, convenientemente localizadas para acesso rápido aos lugares dentro do estádio.
Outro fator que segue em pausa é o uso do FIFA ID, uma identificação digital e pessoal que é requisito obrigatório para que todos os participantes possam entrar em cada um dos 104 jogos da competição mundial. Os proprietários continuam a negociar para que esse requisito seja um pouco mais flexível para eles e os seus convidados.
“Os camaroteiros e plateieiros deverão cumprir um processo de registo e requisitos que serão comunicados nos próximos dias, para o qual será disponibilizada uma página eletrónica”, escreveu o grupo em comunicado.
Uma notícia que acalma os ânimos entre os organizadores, embora alguns proprietários ainda tenham certo receio e dúvidas sobre se o acordo será respeitado no momento certo, começando pelo jogo inaugural em 11 de junho.