Tuchel teve um início de reinado pouco animador e o alemão tem de aproveitar as partidas contra Andorra e Sérvia para resolver os problemas que marcaram os seus primeiros quatro jogos.
A AFP Sport analisa os temas mais urgentes antes do confronto de sábado contra Andorra no Villa Park:
Afastar a tristeza
A Inglaterra lidera o Grupo K com três vitórias em três jogos, seis golos marcados e nenhum sofrido, mas as aparências enganam.
A seleção de Tuchel teve dificuldades para vencer a Albânia por 2-0 na estreia, em março, e precisou de dois golos no segundo tempo para dar um brilho lisonjeiro à vitória por 3-0 sobre a Letónia.
A visão da Inglaterra a trabalhar duro para vencer Andorra por 1-0 em junho foi alarmante para Tuchel, mas o pior ainda estava para vir, já que os ingleses encerraram o seu calendário de verão com uma derrota desanimadora por 3-1 contra o Senegal num amigável em Nottingham.
A primeira derrota da Inglaterra frente a uma seleção africana provocou uma reação negativa por parte dos adeptos, frustrados com a exibição letárgica da equipa.

O resultado ficou muito aquém do que Tuchel havia afirmado, ao declarar que queria que a sua equipa jogasse um estilo ofensivo que se afastasse da cautela demonstrada pelo seu antecessor, Gareth Southgate.
Não há dúvidas de que a Inglaterra participará no torneio nos Estados Unidos, México e Canadá, mas acabar com a espera de 60 anos por um grande troféu é o verdadeiro teste da coragem de Tuchel.
O ex-treinador do Chelsea e do Bayern de Munique precisa restaurar a confiança dos ingleses com uma vitória convincente em Andorra, antes de uma viagem complicada para enfrentar a Sérvia em Belgrado na terça-feira.
Uma vitória da Inglaterra sobre a Sérvia - o seu único rival pelo primeiro lugar no Grupo K - serviria como uma declaração de intenções significativa no caminho para o Mundial.
Construir um meio-campo coeso
Tuchel convocou 13 médios diferentes nas suas três convocatórias, o que mostra a sua luta para estabelecer uma unidade coesa na sala de máquinas.
O técnico inglês pediu a Declan Rice que jogasse na posição mais avançada do meio-campo, na qual se destacou no Arsenal.
Isso deixa uma vaga para um médio mais defensivo, que Jordan Henderson preencheu contra Andorra em junho.
No entanto, aos 35 anos, Henderson não parece ser a solução ideal, apesar de Tuchel considerar as qualidades de liderança do veterano do Brentford.
A ausência de Jude Bellingham por lesão é um duro golpe, mas permite que Tuchel deixe para trás a polémica declaração de que a sua mãe considera "repulsivo" o comportamento do jogador do Real Madrid em campo.
A declaração forçou o técnico alemão a pedir desculpas e levantou sérias questões sobre a sua gestão de pessoal.
Sem Bellingham, Tuchel poderá recorrer a Elliot Anderson, do Nottingham Forest, ou a Ruben Loftus-Cheek, do Milan, que foi chamado pela primeira vez em quase sete anos e que prosperou sob o comando do alemão no Chelsea.
Criar oportunidades para Kane
O jogo lento da Inglaterra no último terço tem sido um problema recorrente para Tuchel, e as lesões de Bukayo Saka e Cole Palmer aumentaram o problema.
A Inglaterra não parece mais dinâmica do que sob o comando de Southgate, e as perceções sobre as táticas de Tuchel já começam a pender para o lado do ceticismo.
Criar oportunidades suficientes para o capitão Harry Kane - o recordista de golos da Inglaterra - deve ser o principal objetivo antes do Mundial.
Para isso, o técnico deve escolher entre Marcus Rashford, Eberechi Eze, Anthony Gordon, Noni Madueke e Jarrod Bowen para as partidas contra Andorra e Sérvia.
Os laterais
A utilização do médio do Liverpool Curtis Jones na lateral direita e do lateral-direito do Chelsea Reece James na lateral esquerda na partida contra Andorra, em junho, mostrou que Tuchel ainda está a procurar soluções para a defesa da Inglaterra.
Essa posição continua a ser uma incógnita, uma vez que Tuchel, surpreendentemente, retirou o lateral-direito do Real Madrid Trent Alexander-Arnold do atual plantel e chamou pela primeira vez o esquerdino Djed Spence, do Tottenham.
James mantém-se e vai competir com Spence, Tino Livramento e Myles Lewis-Skelly pelas posições de lateral-direito e lateral-esquerdo.