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Mundial-2026: Stopira enaltece "sonho" concretizado e desejo de estar na estreia de Cabo Verde

Stopira é o capitão do Torreense
Stopira é o capitão do TorreenseSCU Torreense

O defesa Stopira foi um dos heróis que selou o inédito apuramento da seleção de Cabo Verde para um Mundial de futebol e assume ter concretizado o “maior sonho da carreira”, manifestando o desejo de jogar a competição.

Cabo Verde está apenas a celebrar 50 anos de independência e como país que somos – pequeno, mas com um coração gigante – é, sem dúvida, o realizar de um sonho para a nossa nação”, disse em declarações à agência Lusa, sublinhando a intenção de disputar a maior competição de seleções do mundo.

E nem os 38 anos com que chegará à 23.ª edição da prova – que se disputa entre 11 de junho e 19 de julho de 2026, numa inédita organização tripartida entre Estados Unidos, México e Canadá –, impedem o capitão do Torreense, da Liga 2, de querer estar presente.

Nunca vou abdicar disso. Foi o meu sonho e agora que o realizei é claro que vou querer estar presente e vou trabalhar para isso. Mas até lá há muito trabalho pela frente”, disse o futebolista, que conta com mais de 60 internacionalizações e que aceitou voltar à seleção, mais de um ano depois da despedida do futebol internacional, para colmatar uma série de lesões que afetaram o setor defensivo da equipa.

Os tubarões azuis carimbaram a inédita qualificação para a fase final de um Mundial de futebol no dia 13, depois de triunfarem na receção ao Essuatíni (3-0), na Praia, em jogo a contar para a 10.ª e última jornada do Grupo D da qualificação africana, terminando com 23 pontos, mais quatro do que Camarões.

Os números de Stopira
Os números de StopiraFlashscore

No duelo decisivo, Stopira apontou o último golo do encontro, já em tempo de compensação, num momento que, confessa, jamais vai esquecer e que considera ter sido o “golo mais bonito”.

Pela forma como me senti naquele momento, a emoção e o arrepio… não só eu, mas todo o povo cabo-verdiano, os meus amigos, a minha família, toda a cidade da Praia, Cabo Verde no geral e a diáspora…”, elencou.

Sobre a festa, o experiente defesa central, que já tinha representado a seleção na Taça das Nações Africanas (CAN) em 2015, 2021 e 2023, recorda momentos únicos e que tão cedo não esquecerá.

Rever amigos de infância, as pessoas do meu bairro, a comunidade toda em massa. Foi um sentimento de orgulho imenso”, acrescentou, esperando que a qualificação cabo-verdiana possa “abrir muitas portas pelo país, não só no desporto, mas também a nível social, turístico e geopolítico” e que Cabo Verde “seja visto de outra forma”.

Relativamente ao que perspetiva para a primeira participação de sempre da seleção cabo-verdiana, e sem querer abordar um hipotético cenário de fim de carreira, Stopira referiu que os objetivos ainda não foram tema de conversa entre o grupo, mas deixa uma certeza: “somos conscientes de que vamos jogar com os melhores, mas vamos tentar fazer tudo para honrar o nosso país e o nosso povo”, salientou.

Já a nível interno, e com as cores do Torreense, o capitão azul grená adiantou o desejo de “fazer o melhor jogo a jogo”.

A Liga 2 é muito competitiva, mas queremos estar na carruagem da frente para, no final, fazermos as contas”, concluiu o internacional.