Mundial-2026: Trump é o primeiro vencedor do "Prémio da Paz da FIFA"

Donald Trump com o troféu da paz da FIFA
Donald Trump com o troféu da paz da FIFABRENDAN SMIALOWSKI / AFP

Na ausência do Nobel que ambiciona, Donald Trump recebeu esta sexta-feira o primeiro "Prémio da Paz da FIFA", durante a cerimónia do sorteio do Mundial-2026, em Washington.

O presidente norte-americano foi distinguido com uma medalha entregue pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino, após a exibição de um vídeo que anunciava a decisão e enumerava os esforços de mediação realizados pelo multimilionário.

"É isto que procuramos num líder", afirmou o presidente da FIFA, referindo-se aos acordos de paz assinados sob a liderança de Donald Trump.

"É uma das maiores honras da minha vida", comentou o presidente norte-americano, num discurso invulgarmente breve, depois de colocar a medalha ao pescoço. Momentos antes, tinha declarado que "merecia" esta distinção.

A FIFA tinha anunciado em novembro a criação deste prémio, destinado a distinguir "os enormes esforços de pessoas que unem comunidades e trazem esperança às gerações futuras".

Não havia dúvidas de que o presidente norte-americano seria o primeiro laureado.

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch lamentou esta sexta-feira, em comunicado, a "falta total de transparência" em torno desta escolha.

Informou ter solicitado à FIFA "uma lista de candidatos, juízes e critérios", mas não obteve qualquer resposta.

Desde que regressou ao poder em janeiro, o presidente republicano tem demonstrado grande proximidade com o presidente da FIFA, que já foi recebido várias vezes na Casa Branca.

Donald Trump garante ter resolvido pelo menos oito conflitos no mundo desde a sua tomada de posse, destacando especialmente a negociação de um cessar-fogo em Gaza.

No entanto, especialistas consideram este número exagerado, seja porque a sua intervenção foi inexistente ou mínima em alguns processos de paz, seja porque os seus esforços de mediação não puseram realmente fim aos confrontos armados em certos casos.

Donald Trump continua a afirmar que merece o Prémio Nobel da Paz, que este ano foi atribuído à opositora venezuelana, Maria Corina Machado.

Entre outros prémios de consolação, o presidente norte-americano já foi nomeado para liderar um "conselho para a paz" encarregado de supervisionar a implementação do acordo sobre Gaza, e acaba de dar o seu nome a um "Instituto da Paz" sediado em Washington.

A oposição democrata e várias associações de defesa dos direitos humanos acusam o multimilionário de adotar uma política mais belicista do que pacífica, ao mobilizar o exército em algumas cidades dos Estados Unidos, ao aumentar as expulsões de migrantes ou ao ordenar ataques contra embarcações no mar das Caraíbas.

Apesar de se apresentar como o "presidente da paz", Donald Trump é também um líder fascinado pelo poder militar, tendo insistido para que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos fosse renomeado como "Ministério da Guerra".