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Mundial-2034: Organizações alertam para abusos contra os direitos humanos na Arábia Saudita

Gianni Infantino é o presidente da FIFA
Gianni Infantino é o presidente da FIFAVANESSA CARVALHO/BRAZIL PHOTO PRESS/Brazil Photo Press via AFP
As organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram os abusos cometidos em grandes estaleiros de construção na Arábia Saudita e alertaram para os riscos a que estão expostos os trabalhadores migrantes na perspetiva do Campeonato do Mundo de Futebol de 2034. Muitos trabalhadores estão a morrer em "acidentes de trabalho horríveis, mas evitáveis, incluindo quedas de edifícios, eletrocussão e até decapitações", referiu a Human Rights Watch na quarta-feira.

A Arábia Saudita não conseguiu"proteger adequadamente os trabalhadores de mortes evitáveis, investigar os incidentes de segurança no local de trabalho e garantir uma indemnização atempada e adequada às famílias".

Segundo a organização não governamental, que já investigou quase 50 mortes na Arábia Saudita, os riscos continuam a aumentar. A razão para tal é que "o governo saudita está a expandir os trabalhos de construção para o Campeonato do Mundo de Futebol de 2034 e outros 'giga-projectos'".

A organização FairSquare conclui também, num relatório, que o aumento do trabalho de construção associado a projectos como o Campeonato do Mundo"conduzirá, com toda a probabilidade, a milhares de mortes inexplicáveis entre os trabalhadores estrangeiros com baixos salários".

FIFA planeia concessões

A Arábia Saudita ganhou a candidatura para acolher o torneio em dezembro passado, apesar das preocupações com a situação dos direitos humanos. O reino do Médio Oriente era o único candidato a acolher o evento.

De acordo com a Human Rights Watch, a FIFA pretende estabelecer normas vinculativas para os trabalhos e serviços de construção relacionados com o Campeonato do Mundo.

No entanto, a organização criticou o facto de a FIFA não ter fornecido qualquer informação sobre "medidas concretas para prevenir, investigar e compensar as mortes de trabalhadores migrantes".

A Amnistia Internacional também criticou o tratamento dos trabalhadores estrangeiros na Arábia Saudita num novo relatório. Entre outras coisas, os empregados em casas particulares estão expostos a uma"exploração extrema".