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Roberto Martínez: "Se ganhamos 5-0 é normal, se não ganharmos é porque não jogamos bem"

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Roberto Martínez pede aos portugueses para desfrutarem da equipa
Roberto Martínez pede aos portugueses para desfrutarem da equipaCARLOS RODRIGUES / GETTY IMAGES EUROPE / GETTY IMAGES VIA AFP

Leia abaixo as declarações do selecionador nacional, Roberto Martínez, na conferência de imprensa de antevisão ao duelo com a Hungria, da quarta jornada da qualificação para o Mundial-2026, agendado para terça-feira (19:45). Um triunfo sobre os húngaros e um empate ou derrota da Arménia na Irlanda garante a Portugal a nona presença na fase final de um Campeonato do Mundo, sétima seguida.

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Ansiedade por fechar o apuramento: "O aspeto emocional é importante em todos os jogos, mas o grupo está calmo, focado e a trabalhar muito bem. Percebe a força que temos quando jogamos em casa. No jogo contra a Irlanda, houve uma energia no ambiente que o jogador fica com muita vontade de voltar. Queremos aproveitar a oportunidade para ganhar o jogo e fechar o apuramento com os nossos adeptos, que ajudam muito no aspeto mental do jogo".

Dificuldades contra bloco baixo: "É um aspeto a avaliar, primeiro o desempenho global. Sem posse de bola, fomos exemplares, a Irlanda utiliza bolas paradas, bolas longas e contra-ataques e deixamos a Irlanda sem remates enquadrados, cantos e lançamentos laterais no nosso meio-campo. O desempenho não foi de dificuldades, foi muito bom, faltou marcar cedo... a bola entrar no poste e entrar. Os golos esperados (xG) é uma estatística que gosto muito porque é objetiva foi de 3,65. A equipa atacou, queremos melhorar sempre e acho que podemos faze-lo em todos os jogos. O que não podemos perder é o que fizemos bem, que é mais importante que melhorar: a resiliência que mostramos em continuar durante 97 minutos a fazer o que acreditámos. Ninguém fala do golo da vitória, não foi um golo de azar ou sorte, não foi uma opção, foi uma jogada à Portugal: controlar, manter a bola, um cruzamento incrível do Trincão e uma chegada de segunda linha do Rúben Neves, é um golo merecido. Chegou aos 90+1', ainda tínhamos mais 6 minutos para continuar a atacar. Queremos continuar a melhorar, se podemos melhorar a fluidez, rapidez com bola e ocupamento de espaços, sem dúvida, mas também já vimos que a Hungria é uma equipa muito bem organizada, preparada para lançar o contra-ataque".

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De nove golos marcados, oito foram marcados por jogadores da Liga saudita: "O golo é a consequência do bom jogo, não do jogador individual. O que mostra é que não é importante onde os jogadores jogam para ajudar a seleção, o importante é a atitude e compromisso e executar o que precisam de fazer para ajudar a equipa. Não faz parte jogar num ou noutro país. É importante termos muitos marcadores diferentes, criarmos muitas oportunidades, mas acho que não há uma relação entre o golo e onde os jogadores jogam".

Mudança de sistema e bloco baixo: "A nossa média de golos é de uma das maiores seleções do Mundo. Marcamos quase três golos por jogo. Precisamos de valorizar o que fazemos com bola ao detalhe, muito mais objetivamente: chegadas ao último terço, golos esperados... aspetos que mostrem o que somos, uma equipa de ataque. Não é um problema de marcar golos, a Hungria jogou contra Alemanha e Países Baixos, em casa, e em 180 minutos não sofreram um golo de bola corrida. Nós marcamos dois de bola corrida e uma grande penalidade. Precisamos de avaliar os jogos bem, não é o mesmo marcar de bola corrida ou bola parada. No último terço criamos oportunidades ao nível das melhores seleções do Mundo. Fizemos isso contra Alemanha e Espanha. Durante o Euro-2024, o jogo contra a França, foi o primeiro que jogamos olhos nos olhos contra todas as seleções do Mundo. A equipa ataca bem, quando há um bloco baixo, só demora até marcar o primeiro golo. Gosto de ver o que vocês (jornalistas) escrevem depois dos jogos, contra a Arménia ganhámos 5-0 e era um rival muito fraco. Mas ganharam à Irlanda. Depois quando nós ganhámos à Irlanda no último minuto é porque não conseguimos marcar golos. Precisamos de desfrutar, temos uma seleção que joga futebol muito e bem, jogadores com um compromisso incrível, vamos desfrutar disso. Se ganhar 5-0 a um adversário fraco é normal e se não ganharmos 5-0 é porque não jogamos bem, é um discurso que não é correto".

Classificação do Grupo F
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Treinador com sorte: "É melhor para vocês falarem disso do que eu. A minha responsabilidade é trabalhar no balneário, criar um ambiente competitivo e aumentar o número de jogadores que podem ajudar a seleção. Uma equipa ofensiva, tentamos ganhar todos os jogos e é assim que se faz a sorte. 13 vitórias na fase de apuramento para Europeu e Mundial, que nunca foi feito, será sorte? Pode ser, isso é para vocês falarem. O que a seleção consegue é fruto do trabalho, compromisso e dedicação dos jogadores. Precisamos de mudar, falar do que os jogadores estão a fazer bem e não da sorte do treinador".

Críticas à seleção são injustas?: "Isso faz parte, gostaria que as críticas fossem informadas. Quando há críticas bem informadas, com base em estatísticas, podem falar à vontade. O foco é desfrutar mais da seleção em vez de procurar o que não fazemos bem. Não há equipas perfeitas. Os jogadores merecem mais respeito. O resto, faz parte. A crítica e as ideias fazem parte, subjetivamente todas as pessoas têm uma opinião, a seleção é de todos. Não vejo um problema nisso".

Debate entre Pedri e Vitinha entre melhor médio do Mundo: "Muito boa pergunta. O mister Luis de la Fuente (selecionador de Espanha) está certo em dizer que os seus são os melhores jogadores do Mundo, ele trabalha com eles e conhece-os melhor. Para mim, o Vitinha é o melhor médio do Mundo, o João Neves, com um perfil diferente, é um dos melhores também. A nossa opinião é um aspeto objetivo. Pelas estatísticas, o melhor médio da Liga dos Campeões foi o Vitinha, passes internos, longos, oportunidades criadas... a época que fez foi a melhor. Temos de aceitar opiniões, estamos a falar de jogadores de patamares incríveis. Também apoiamos o que é objetivo e o Vitinha foi o melhor médio da Liga dos Campeões, que é a melhor liga de clubes, da época passada".

Travar Szoboszlai e as bolas paradas: "Sim, vocês já conhecem o jogador do Liverpool. Não só tem uma grande qualidade técnica, como a nível de decisão. Dá muito à Hungria, não só na bola parada, como na bola corrida, tem muita liberdade, consegue criar o espaço e não tem o mesmo papel no Liverpool. Trabalhamos isso porque é um aspeto importante na Hungria, o Orbán é o central que tem o maior número de primeiros contactos em bola parada, faz com que isso seja algo importante. Já defendemos bem isso na Hungria e amanhã será um aspeto-chave".

Boa altura para falar de renovação: "Obrigado pela pergunta, mas para o selecionador o foco é passo a passo, ter um bom desempenho frente aos nossos adeptos e conseguir o apuramento o mais rápido possível. O resto não é para o selecionador falar".

Alterações no onze: "Podemos esperar, sim, mas já disse que o importante é ter uma equipa com energia e clareza tática ao longo dos 90 minutos. Não é só o onze inicial, mas também o que termina. É importante avaliar os jogadores que fizeram os 90 minutos anteriores, temos de ver se estão preparados para um jogo exigente, a Hungria abre o jogo muito rapidamente. O João Félix vai treinar esta tarde, todos os jogadores estão preparados, tivemos que dispensar o Rafael Leão e o Gonçalo Inácio, costumamos fazer duas ou três trocas no segundo jogo do estágio, faz parte do que trabalhamos".