Samuel Umtiti fala sobre a sua depressão: "Não falar pode matar"

Samuel Umtiti, ex-jogador do Barcelona
Samuel Umtiti, ex-jogador do BarcelonaVICTOR JOLY / VICTOR JOLY / DPPI VIA AFP

"Não falar pode matar", admite Samuel Umtiti (32 anos), campeão do mundo com a França em 2018, que partilha a sua experiência com a depressão num documentário sobre saúde mental nos jovens, a estrear em dezembro em várias estações e salas de cinema francesas.

"A solidão é algo muito intenso, que pode mesmo tirar a vida a uma pessoa, não falar pode matar, foi o que me aconteceu durante meses a fio, sentia-me presente sem realmente estar", recorda o autor do golo da vitória frente à Bélgica (1-0) nas meias-finais do Mundial-2018.

Depois de ter forçado demasiado o joelho para conquistar o título mundial, sofreu uma lesão que o afetou profundamente a nível mental.

"Estava completamente mergulhado numa depressão, incapaz de articular palavras. Toda a gente achava que eu era feliz por ganhar dinheiro, mas o que realmente me importava era o lado humano e jogar futebol, e não tinha nem uma coisa nem outra", acrescenta.

O defesa deu o seu testemunho ao documentário "Têtes plongeantes: faire équipe pour la santé mentale", realizado por Lenny Grossman, que será transmitido a 2 de dezembro em vários canais de YouTube, bem como em salas de cinema em Paris e noutras grandes cidades francesas.

Ao longo de 56 minutos, cruzam-se testemunhos emocionantes de adolescentes, alguns deles após terem passado por tentativas de suicídio, com as palavras de estrelas do futebol.

Testemunho de outros jogadores

O antigo jogador do Real Madrid, Raphael Varane, revela também neste filme que atravessou uma depressão quando assinou pelo clube merengue, aos 18 anos.

Outros jogadores franceses campeões do mundo, que fundaram a associação de solidariedade Genération 2018, como Olivier Giroud, Blaise Matuidi e Djibril Sidibé, também participam neste documentário.