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A inédita vitória de Portugal num Mundial da categoria, após derrotar a Áustria na final realizada em Doha, no Catar (1-0), elevou ainda mais um ano em que a seleção sub-17 se sagrou campeã europeia na Albânia, em 01 de junho, e em que só perdeu três dos 24 jogos realizados, um com a Alemanha e dois com o Japão, o último dos quais no Mundial.
Com uma carreira de treinador em que soma mais de 10 anos a trabalhar com escalões de formação, Bino Maçães vive um 2025 dourado, que contrasta com a frustração sentida em 1989, no então Mundial sub-16, quando a equipa das quinas foi eliminada nas meias-finais pela anfitriã Escócia (1-0).
Nascido em 19 de dezembro de 1972, na Póvoa de Varzim, formou-se como jogador no Varzim e no FC Porto e apresentou-se nesse Mundial com 16 anos, como campeão europeu da categoria, ao lado de Luís Figo, Abel Xavier ou Emílio Peixe, três campeões mundiais sub-20, em 1991.
O antigo médio contribuiu para o percurso luso até à meia-final disputada em 20 de junho de 1989, em Edimburgo, na qual um golo de Brian O’Neill desfez o sonho de um eventual título, tendo restado às cores portuguesas a consolação do terceiro lugar, selado com um triunfo sobre o Bahrain (3-0).
Em declarações à FIFA, publicadas na terça-feira, após Portugal superar o Brasil nas meias-finais, Bino Maçães reconheceu que essa derrota “foi muito dura”, porque a equipa tinha “a ambição de jogar uma final”.
Três vezes internacional pela seleção principal, depois de passagens pelos sub-16, pelos sub-17, pelos sub-20 e pelos sub-21, o antigo jogador conquistou as principais distinções da carreira no FC Porto, com três títulos de campeão nacional (1992/93, 1995/96 e 1996/97) e uma Supertaça (1996), e no Sporting, com um título da Liga (1999/00) e uma Supertaça (2000).
O poveiro contabilizou ainda passagens por Rio Ave, Salgueiros, Belenenses, Marítimo, Tenerife (Espanha) e Moreirense, clube onde encerrou a carreira de futebolista, na época 2008/09, antes de enveredar pelo treino em 2010/11, na equipa sub-19 da Escola de Futebol Hernâni Gonçalves, no Porto.
Bino representou depois o Padroense, a Dragon Force e o FC Porto, clube no qual treinou a equipa sub-17 entre 2013 e 2017, antes de cumprir a primeira pausa na carreira de treinador e de a reatar no Vitória SC B, em 2019/20, no Campeonato de Portugal, na altura o terceiro escalão.
A passagem pelos minhotos valeu-lhe a oportunidade de se estrear como técnico na Liga portuguesa de futebol, prova em que cumpriu sete jogos, na época 2020/21, antes de rumar à União de Leiria em 2021/22, temporada de estreia da Liga 3.
Na segunda metade de 2022, o técnico passou a integrar os quadros da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), estreando-se no banco de suplentes ao serviço da seleção sub-20, antes de passar pelos sub-16
Ao leme dos sub-17 lusos desde 2024, o selecionador está a rubricar, em 2025, o ano mais vitorioso do seu trajeto, com uma qualificação ‘imaculada’ para o europeu sub-17, em março, com três vitórias em três jogos no Minho, com que garantiu a fase final do Europeu.
Na Albânia, Portugal manteve-se invicto do princípio ao fim da competição, mas teve de superar um desempate por grandes penalidades na meia-final com a Itália, antes de erguer o troféu numa final em que não deu hipóteses à França (3-0).
O Campeonato da Europa foi exemplo que a seleção portuguesa acabou por seguir no Catar, desde 03 de novembro, dia em que goleou a Nova Caledónia (6-1), no primeiro jogo do Grupo B, no qual viria a ser segundo classificado, com o triunfo sobre Marrocos (6-0) e a derrota com o Japão (2-1), a única na prova.
Com Bino Maçães no comando de jogadores reconhecidos pelo jogo coletivo, capazes de irem além do seu valor individual, a equipa das ‘quinas’ venceu com segurança Bélgica (2-1), México (5-0) e Suíça (2-1), entre os 16 avos e os quartos de final, antes da intensa meia-final com o Brasil, decidida nos penáltis, e da final com a Áustria.
Após o golo de Anísio Cabral, aos 32 minutos, Portugal controlou a reação austríaca e celebrou com natural emoção o primeiro título mundial de seleções desde 1991, ano em que a equipa das ‘quinas’ ergueu o troféu no Estádio da Luz, em Lisboa, após derrotar o Brasil no desempate...em penáltis.
