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Argentina - Marrocos: dois caminhos opostos para a glória mundial no Chile

Argentina procura o ouro mundial
Argentina procura o ouro mundial RAÚL BRAVO / AFP, Opta by Stats Perform

A seleção argentina sub-20 procura este domingo o seu sétimo título mundial frente a Marrocos, a grande revelação da competição. A final coloca em confronto talento, história e uma diferença económica abismal entre os dois plantéis.

A final que pode marcar uma era

O Mundial Sub-20 do Chile 2025 terá um desfecho inédito. Argentina, a seleção mais vencedora da história da categoria, enfrentará Marrocos, que disputará a primeira final da sua história.

O jogo será disputado às 00:00 de segunda-feira, no Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos, em Santiago.

Sob o comando de Diego Placente, a Albiceleste chega à decisão após um percurso perfeito: seis vitórias em seis jogos, com 15 golos marcados e apenas dois sofridos. Nas meias-finais, a Argentina venceu a Colômbia por 1-0 com um golo de Mateo Silvetti, melhor marcador do torneio com quatro golos.

Marrocos, por sua vez, entrou para a história ao eliminar a França nos penáltis e tornar-se a primeira seleção africana a disputar uma final Sub-20. O seu percurso combina ordem tática, sacrifício e uma defesa quase intransponível.

Uma final com uma diferença milionária

Para além do interesse desportivo, o duelo reflete também uma enorme diferença económica entre os plantéis.

Segundo dados do Transfermarkt, o valor do plantel argentino ascende a 61,8 milhões de euros, enquanto o do conjunto marroquino chega apenas a 11,8 milhões. Ou seja, a Albiceleste multiplica por cinco o valor do seu adversário.

O jogador mais valioso do torneio é Maher Carrizo, avaliado em 10 milhões de euros, um valor que praticamente iguala o total do plantel marroquino. Seguem-se Gianluca Prestianni, Julio Soler e Álvaro Montoro, cada um avaliado em oito milhões. Completam a lista Mateo Silvetti, Milton Delgado e Santino Andino, todos acima dos cinco milhões.

Do lado africano, o jogador mais valioso é Gessime Yassine, avaliado em quatro milhões de euros, seguido por Ali Maamar e Othmane Maamma, os únicos que superam um milhão. A diferença é tão marcada que Carrizo, sozinho, vale quase tanto como todo o plantel marroquino, um exemplo do poder de exportação do futebol jovem argentino.

O percurso da Argentina até à final

A seleção argentina teve um desempenho impecável desde a estreia. Na fase de grupos venceu Cuba por 3-1, goleou a Austrália por 4-1 e fechou com um triunfo por 1-0 frente à Itália. Nos oitavos de final voltou a mostrar a sua superioridade ao vencer por 4-0 a Nigéria, depois superou (2-0) o México nos quartos e garantiu o lugar na final ao derrotar (1-0) a Colômbia nas meias-finais.

Com 15 golos marcados e apenas dois sofridos, a Argentina chega como a equipa mais goleadora e menos batida do torneio.

O sonho africano

O crescimento de Marrocos nos últimos anos é inegável. Depois de alcançar as meias-finais no Mundial-2022 com a seleção principal, o futebol jovem marroquino confirma a sua evolução com uma geração sólida, fisicamente poderosa e disciplinada taticamente.

O conjunto africano só tinha participado três vezes antes num Mundial Sub-20: Tunísia 1977, Malásia 1997 e Países Baixos 2005, onde obteve o quarto lugar. Agora, com uma geração formada em academias locais e clubes europeus, procurará o primeiro título mundial juvenil da sua história.

História contra ilusão

A Albiceleste soma seis títulos mundiais sub-20: Japão 1979, Catar 1995, Malásia 1997, Argentina 2001, Países Baixos 2005 e Canadá 2007. Figuras como Diego Maradona, Riquelme, Saviola, Messi e Agüero marcaram época na categoria. A única derrota numa final aconteceu no México 1983, quando o Brasil venceu por 1-0 no Estádio Azteca.

Esta será a primeira vez que Argentina e Marrocos se defrontam num Mundial Sub-20, um duelo inédito que simboliza dois modelos opostos: a potência tradicional frente à revelação africana que procura fazer história.

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