Cancelada a edição de 2021, o Mundial sub-20 de futebol vai voltar a disputar-se em 2023. A competição vai ser organizada pela Indonésia e terá lugar entre 20 de maio e 11 de junho, sendo que se vão estrear duas seleções: República Dominicana e Israel.
Contudo, a participação da seleção israelita, que tem em Oscar Gloukh um dos grandes nomes do torneio, está em risco, devido a uma crise diplomática. Esta quarta-feira, Wayan Koster, Governador de Bali anunciou que enviou uma carta ao ministro do Desporto, Zainudin Amali para banir a equipa de Israel de viajar até ao país. O motivo? O conflito com a Palestina.
A tensão subiu de tom depois de na terça-feira, Bezalel Smotric, ministro das Finanças de Israel, ter negado a existência do povo palestiniano. “Os palestinianos são uma invenção com menos de 100 anos. Têm história? Cultura? Não. Não existem palestinianos, só árabes”, explicou o líder de um dos partidos de extrema-direita que se aliou ao Likud, do atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
A situação já motivou protestos em Jacarta, com centenas de pessoas a manifestarem-se em frente ao palácio presidencial, com bandeiras da Palestina, de forma a pressionarem as autoridades. Ainda assim, uma decisão radical parece excluída.
Em conversa com o Save our Soccer, Akmal Marhali, líder da Federação Indonésia de Futebol lembrou os riscos: “Não tenho dúvidas que nos iam expulsar da FIFA. Quando quisemos organizar o torneio tínhamos noção de que Israel podia vir cá jogar e não o podemos excluir, porque se conseguiram apurar”.
Recorde-se que este é um torneio visto como de extrema importância para a Indónesia, já que a reputação do futebol do país ficou manchada com a tragédia de outubro, em que 135 pessoas morreram no dérbi entre o Arema e o Persebaya.