Recorde aqui as incidências do encontro
Numa caminhada desde já histórica das comandadas por Marisa Gomes, o futebol feminino de formação poderia escrever uma nova página dourada caso vencesse as todas-poderosas bleuettes e carimbassem a presença na primeira final do escalão, onde iriam reeencontrar a Espanha (desaire por 2-0 na fase de grupos), já qualificada depois bater a Itália por 2-0 em prolongamento na outra meia-final.
A tarefa, que já era difícil por si só, ficou ainda mais complicada depois de uma péssima entrada em jogo das portuguesas. Aos sete minutos, a equipa demorou a reorganizar-se após uma perda de bola e deixou Lushimba Bilombi com demasiado espaço para atacar a linha defensiva. A defesa tocou para Liana Joseph, que descobriu muito bem Maeline Mendy na área e, apesar de Thais Lima ter feito uma grande defesa ao primeiro remate, o ressalto sobrou para Graziani empurrar para o primeiro golo.
As lusas ainda esboçaram uma reação, mas uma bola parada traiçoeira pouco depois viria a permitir que as francesas ampliassem o marcador. Num livre junto à bandeirola de canto, Maeline Mendy levantou a meia altura para o primeiro poste desguarnecido e a simulação de uma jogadora enganou Thais Lima, assinando o 2-0 com apenas 14 minutos no encontro. No entanto, à passagem da meia hora, houve grande penalidade assinalada por um puxão completamente escusado de Lushimba Bilombi. Uma oferta que Marta Gago não desperdiçou, enganando a guardiã francesa e relançando a partida.
Até ao descanso, Portugal continuou por cima e voltou dos balneários sem alterações nas intervenientes e na forma de jogar. O segundo tempo foi dominado pelas comandadas de Marisa Gomes que foram somando várias oportunidades para chegar ao empate. O 2-2 acabaria por chegar com uma pontinha de sorte, que surgiu porque a equipa assim a procurou. Aos 74', o remate de Carolina Santiago sofreu um desvio e a recém-entrada Lara Martins só teve de encostar em cima da linha.
No prolongamento, voltou a aparecer o génio de Maeline Mendy, um valor seguro desta geração. Apenas um minuto depois, a jogadora do Estrasburgo recebeu à entrada da área de costas para a baliza e, à meia volta, armou um remate forte e colocado sem hipóteses para Thais Lima. Marisa Gomes recorreu ao banco de suplentes para encontrar uma solução e ainda bem que o fez. Em cima do descanso, na parte final de uma bela jogada coletiva, Marta Gago encontrou a recém-entrada Diana Costa, que não perdoou perante Alyssa Fernandes e fez o 3-3.
Mais com o coração do que com a cabeça, as duas equipas regressaram da pausa com muita vontade e pouco acerto. No entanto, o jogo merecia mais do que ser marcado por uma má decisão da equipa de arbitragem. Aos 110', a atacante francesa cruzou contra o braço de Érica Cancelinha - que estava em posição natural - e a decisão foi de assinalar grande penalidade. Mélinda Mendy imitou a companheira de equipa que partilha o mesmo apelido e atirou para o fundo das redes.
A seleção portuguesa ainda remou contra a corrente até ao apito final, mas não conseguiu encontrar o caminho do empate e acaba por cair na meia-final. Apesar de não chegar à decisão, é de salientar a qualidade do futebol exibido pela turma de Marisa Gomes que merecia mais do que ser afastada por um erro terceiro.
