O prémio para o melhor jogador do torneio bienal é atribuído por um painel de observadores técnicos da UEFA, que escolhem o futebolista que, na sua avaliação, mais se destacou ao longo da competição — tanto pelo desempenho individual como pelo contributo para o jogo coletivo.
Além da qualidade exibida em campo, o painel tem igualmente em consideração a atitude do jogador e o impacto que este teve no rendimento global da sua seleção.
Euro-2023: Anthony Gordon (Inglaterra)
Cole Palmer, Curtis Jones, Noni Madueke e Harvey Elliott foram apenas alguns dos talentos que integraram o plantel da seleção inglesa sub-21, coroada campeã da Europa em 2023. No entanto, foi Anthony Gordon quem mais se destacou aos olhos do painel de observadores técnicos da competição.
A Inglaterra teve um percurso imaculado no torneio: venceu os três jogos da fase de grupos — 2-0 frente à República Checa, Israel e Alemanha — e prosseguiu para os quartos de final, onde bateu Portugal por 1-0. Nas meias-finais, voltou a enfrentar Israel, desta vez com um triunfo por 3-0. Na final, os ingleses derrotaram novamente a Espanha por 1-0 e conquistaram o título europeu sem sofrer qualquer golo durante todo o torneio.
Orientado por Lee Carsley, Gordon foi utilizado como avançado e correspondeu da melhor forma, com um registo de dois golos e uma assistência. O seu rendimento foi determinante para o equilíbrio da equipa e para o tão aguardado título europeu, que escapava à Inglaterra há 39 anos.
Após o sucesso no Europeu, Gordon continuou a impressionar na Premier League e, em janeiro de 2023, transferiu-se do Everton para o Newcastle, por 45 milhões de libras (39,4 milhões de euros). Desde então, já soma 108 jogos com a camisola dos Magpies, com um registo de 22 golos e a conquista da Taça da Liga em 2025.
Euro-2021: Fábio Vieira (Portugal)
Antes de Anthony Gordon, foi um jovem português que ocupou o simbólico trono de melhor jogador do Europeu Sub-21. Numa geração que contava com nomes como Diogo Dalot, Vitinha, Francisco Trincão, Francisco Conceição e Gonçalo Ramos, foi Fábio Vieira quem se destacou, graças ao seu trabalho criativo no meio-campo.
A seleção portuguesa realizou uma fase de grupos exemplar, somando nove pontos e avançando com um impressionante saldo de 6-0. Nos quartos de final, protagonizou uma autêntica batalha frente à Itália, vencendo por 5-3 após prolongamento. Fábio Vieira marcou o golo decisivo na vitória por 1-0 sobre a Croácia nas meias-finais, enquanto a vitória sobre a Espanha, pela margem mínima, chegou graças a um autogolo de Jorge Cuenca, após um remate de Vieira.
A final frente à Alemanha, no entanto, não sorriu aos portugueses, que acabaram derrotados por 1-0. Ainda assim, Fábio Vieira, que tinha acabado de completar 21 anos na altura do torneio, foi eleito o melhor jogador da competição.
Após o Europeu, permaneceu mais uma época no FC Porto, onde conquistou campeonato e Taça de Portugal, antes de se transferir para o Arsenal por 30 milhões de libras (26,2 milhões de euros). A aventura em Londres não correu como esperado e, em 2024/25, regressou ao FC Porto por empréstimo.
Euro-2019: Fabián Ruiz (Espanha)
Unai Simón, Dani Ceballos, Mikel Oyarzabal, Mikel Merino e Dani Olmo eram alguns dos companheiros de seleção de um futebolista que, no final do torneio, a UEFA descreveu como “um jogador versátil, com talento defensivo, capacidade para rematar de longe e pés rápidos. Destacou-se com uma série de exibições impressionantes, controlando o meio-campo espanhol, recuperando bolas com rapidez e mostrando capacidade para avançar no terreno”. Falamos, claro, de Fabián Ruiz.
O Europeu começou da melhor forma para o médio espanhol, que assinou a assistência para o golo inaugural de Dani Ceballos, logo aos nove minutos do jogo de estreia frente à Itália. No entanto, La Roja acabou por perder esse encontro por 3-1. A reação foi imediata: uma vitória por 2-1 sobre a Bélgica e uma goleada por 5-0 frente à Polónia, jogo em que Ruiz também marcou.
Na meia-final, o médio voltou a brilhar, somando mais uma assistência e contribuindo para a vitória por 4-1, que valeu à Espanha um lugar na final. No jogo decisivo frente à Alemanha, Ruiz voltou a ser determinante, inaugurando o marcador com um excelente golo que ajudou a selar o triunfo por 2-1 e a conquista do troféu.
Desde então, muita coisa mudou no percurso de Fabián Ruiz. Após brilhar no Europeu Sub-21, permaneceu mais três temporadas no Nápoles. Em 2022, deu o salto para o Paris Saint-Germain, numa transferência avaliada em 30 milhões de euros.
Com a camisola do gigante francês, Ruiz já soma oito títulos no currículo: três Ligue 1, duas Taças de França, uma Supertaça e, mais recentemente, a tão desejada Liga dos Campeões, conquistada no final de maio.
Também ao serviço da seleção principal de Espanha, o médio continuou a somar sucessos: venceu a Liga das Nações em 2023 e, um ano depois, sagrou-se campeão europeu no Euro-2024.
Outros jogadores galardoados com o prémio:
Euro-2017: Dani Ceballos (Espanha)
Euro-2015: William Carvalho (Portugal)
Euro-2013: Thiago Alcântara (Espanha)
Euro-2011: Juan Mata (Espanha)
Euro-2009: Marcus Berg (Suécia)