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Europeu sub-21: As declarações após o Geórgia - Portugal (0-4)

Atualizado
Rui Jorge, o selecionador de Portugal
Rui Jorge, o selecionador de PortugalFPF
Declarações após o jogo Geórgia-Portugal (0-4), da terceira e última jornada do Grupo C do Campeonato da Europa de futebol de sub-21, disputado em Trencin, na Eslováquia.

Rui Jorge (selecionador de Portugal):

"O jogo ficou muito condicionado pela expulsão (de Lasha Odisharia) logo no início. A este nível, quando as equipas se aproximam em termos de valor, é muito complicado quando se fica em inferioridade numérica, mais ainda durante quase 90 minutos. Ainda assim, a Geórgia demonstrou sempre um coração e uma vontade enormes e nunca baixou os braços, a não ser na ponta final.

Para estarmos mais descansados perto do fim, foi preciso fazer desde o primeiro minuto uma circulação rápida e tentar obrigá-los a fazer um esforço suplementar em função de estarem a jogar com 10. Acho que isso foi conseguido em parte no primeiro tempo, mas podíamos ter tido maior agressividade e largura no jogo.

A Geórgia é forte em termos coletivos e na paixão que coloca em campo. Nos últimos 13 jogos, tinha marcado em 12, pelo que consegue criar problemas aos adversários e marcar golos. A expulsão veio facilitar-nos (a tarefa) e antevia um jogo claramente mais difícil se eles não estivessem reduzidos a 10.

(Impacto dos suplentes utilizados) Não tem a ver só com a qualidade, mas também com a atitude. O Henrique Araújo joga 10 ou 15 minutos e vai à procura de fazer o seu golo e dar a profundidade que queremos, principalmente quando estamos a defrontar adversários que defendem baixo. São bons sinais da equipa e eu estou muito satisfeito com todos eles.

(Ambições para a fase a eliminar) Podem continuar a fazer-me essa pergunta 500 vezes e eu vou responder sempre que gostaria de vencer o título, mas importa-me que eles continuem a demonstrar o que têm demonstrado até agora. Se continuarem com este nível de jogo e espírito coletivo, estaremos mais próximos de conseguir bons resultados. Agora, depende muita coisa.

A Geórgia estava apurada para os quartos de final a cinco minutos do fim (do segundo jogo). As coisas decidem-se num ápice e a consistência faz parte de quem quer chegar longe. Já nem estou a falar de vencê-la, mas de chegar a uma final. Ainda há trabalho muito duro pela frente e batalhas difíceis para serem ultrapassadas.

Estar na fase final, competir a este nível e perceber as diferentes dificuldades que encontrámos nestes jogos preparam-nos para o que aí vem. Conseguimos equilibrar contra equipas muito fortes ofensivamente e ter alguma segurança. Agora, precisamos de mais segurança quando tivermos de tomar conta do jogo e da bola. Não fizemos tão bem algumas destas coisas nos três jogos e isso serve para perceber que temos de melhorar".

Geovany Quenda (jogador de Portugal):

"Foi um bom jogo da nossa parte. A expulsão ajudou-nos, estivemos concentrados e fizemos um golo na primeira parte. Depois, ‘matámos’ o jogo. A nossa linha defensiva esteve sempre com atenção à Geórgia. Eles também têm bons jogadores, mas nós estivemos coesos.

É normal acabar um pouco cansado, porque dei o meu máximo pela equipa. O ‘mister’ tem vindo a gerir bem os tempos de jogo e tenho de continuar a estar apto para ajudar a equipa ao máximo.

(Perspetivas para os quartos de final) Estamos prontos para enfrentar qualquer adversário. Temos uma equipa coesa e com uma união forte.

(Segunda distinção seguida como homem do jogo) Isto é só o começo e acho que o mais importante está para vir.

(Popularidade nas bancadas) Antes do lado individual, vem a equipa. Isso mostra o bom trabalho que tenho vindo a fazer. Tem de ser um orgulho para mim, mas o mais importante é a equipa".

Rodrigo Gomes (jogador de Portugal e autor de um golo): 

"Fiz mais um golinho e estou muito feliz por ajudar a equipa. Realizámos três jogos excelentes contra equipas difíceis. Empatámos o primeiro com a França (0-0) e tivemos vitórias muito importantes nos dois últimos (5-0 à Polónia e 4-0 à Geórgia). Marcámos muitos golos e eu consegui ajudar a equipa. Estou muito contente. Agora, é hora de aproveitar, descansar e preparar o próximo jogo, que vai ser muito difícil.

Nos três jogos, não sofremos nenhum golo. É muito importante, significa que estamos coesos e temos uma linha defensiva muito boa, que está a fazer jogos muito sólidos e tem contado com grandes defesas do (guarda-redes) Samuel Soares. De certa forma, isto danos uma certa confiança. Quantos mais golos marcarmos, mais confiantes e preparados estamos para o que aí vem.

(Dois golos marcados na prova com assistências de Gustavo Sá) Temos muita qualidade e isso está a vir ao de cima. Ele é um jogador brilhante e felizmente estamos a entender-nos bem.

(Impacto dos suplentes utilizados) É uma das coisas que o ‘mister’ refere muito e dá para perceber que somos mesmo uma equipa. A malta toda está focada, jogando a titular ou entrando a partir do banco. Quem joga, dá sempre o máximo e isso é o que nos define e nos pode levar longe. Temos um grupo muito forte, damo-nos todos muito bem e estamos a transportar isso para o campo, o que é muito importante. Por isso, temos muitos golos vindo do banco.

(Perspetivas para os quartos de final) Não tenho preferência (pelo adversário), é o que tiver de ser. Há que dar o nosso melhor, tal como temos feito até agora, e entrar em todos os jogos para ganhar. Isso é o mais importante neste momento e, se assim for, vamos fazer coisas muito bonitas. O que são coisas muito bonitas? Mostrar o nosso futebol, dar o melhor em campo e ganhar jogos.

(Estreia em fases finais de Europeus de sub-21) Tem sido excelente. É um sonho estar aqui e marcar por Portugal. Estou muito contente. Ver o golo (marcado frente à Polónia) no (ecrã do) estádio antes deste jogo dá uma certa confiança. Felizmente, consegui fazer mais um hoje e espero ajudar mais a equipa no futuro.".

Chico Lamba (jogador de Portugal):

"Sabíamos que ia ser um jogo difícil e queríamos ganhar para garantir o primeiro lugar. A Geórgia ficou com menos um e o jogo tornou-se um pouco mais difícil para nós no começo, porque eles passaram a juntar-se muito à sua área e tivemos de ir atrás dos golos.

(Ausência de golos sofridos na primeira fase) Temos feito um trabalho excelente desde o primeiro dia de estágio. O nosso foco era esse, porque sabemos que temos muita qualidade na frente. Se nos aguentarmos atrás sem sofrer golos, os craques da frente resolvem.

(Perspetivas para os quartos de final) Estamos concentrados em fazer o nosso trabalho, independentemente do adversário. Vamos descansar, preparar esse jogo, entrar com a atitude que temos mostrado até aqui e tentar ganhar como sempre.

(Parceria com João Muniz no eixo defensivo) Tem sido muito fácil, até porque já tinha jogado com ele no Sporting e damo-nos muito bem. A nível individual, o trabalho que tenho feito ao longo da época dá-me confiança. O ‘mister’ também me tem colocado a jogar e estou a fazer o meu trabalho.

(Estreia em fases finais de Europeus de sub-21) Está a ser um sonho, para ser sincero. Desde o início da época, tinha na mente estar aqui a ajudar o meu país e tem estado a correr bem. Conquistar o título? Temos de sonhar sempre. Sonhar é grátis, por isso temos de o fazer".

Ramaz Svanadze (selecionador da Geórgia):

 "O cartão vermelho mudou completamente os nossos planos. Não vou falar muito sobre a força da seleção portuguesa. O adversário era muito forte e quero desejar-lhes que conquistem o Europeu, porque aguardam há muito tempo por isso e já foram a finais.

Portugal soube usar a vantagem numérica que teve no início do jogo. Após a expulsão, sofremos um golo lamentável, que piorou ainda mais a nossa situação. Tentámos empatar, mas não estávamos a funcionar com 10 unidades e, nos últimos minutos, havia cansaço e os jogadores perceberam que era muito complicado virar o resultado.

Aprendemos uma grande lição. Os dois últimos jogos arruinaram-nos tudo. Perder por 4-0 é mau e tivemos a maior derrota desde que sou selecionador, mas competimos com dignidade neste Europeu e tivemos a oportunidade de passar a fase de grupos até à última jornada. Estou triste por muitas coisas, mas sobretudo por não termos apresentado a nossa melhor versão".

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