O castigo de ser pragmático: Portugal empata com os Países Baixos (1-1) no Euro sub-21

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O castigo de ser pragmático: Portugal empata com os Países Baixos (1-1) no Euro sub-21

Atualizado
Pedro Neto foi dos mais perigosos de Portugal
Pedro Neto foi dos mais perigosos de PortugalOpta by Stats Perform/FPF
Depois de dominar o jogo com a Geórgia e sair com uma derrota, Portugal entrou com uma estratégia diferente diante dos Países Baixos e acabou refém do pragmatismo. Ganhou vantagem aos 20 minutos, baixou o bloco defendeu o resultado e acabou com um balde de água fria aos 78 minutos. Um ponto à entrada para a última jornada e a vitória sobre a Bélgica é obrigatória para seguir em frente, e vai ser preciso uma ajuda da equipa da casa.

Mudanças

A surpreendente derrota diante da Geórgia levou Rui Jorge a fazer três mudanças, uma em cada sector da equipa. A equipa manteve o 4x4x2 losango, mas desta vez foi Amaro fez dupla no centro da defesa com Penetra (Tomás Araújo cumpriu castigo), Samuel Costa entrou para o meio-campo por troca com Afonso Sousa, e Fábio Silva surgiu no ataque, com Vitinha a ficar no banco.

Nos Países Baixos, Erwin van de Looi apostou exatamente na mesma equipa que empatou com a Bélgica na primeira ronda. A equipa apareceu assente num 4x3x3, com Timber, o capitão, a juntar-se a Gravenberch e Taylor no meio-campo.

As notas dos jogadores
As notas dos jogadoresFlashscore

Aguentar a pressão

Pressionado, Portugal entrou com uma postura diametralmente oposta do que aconteceu com a Geórgia. A equipa de Rui Jorge sentiu dificuldades nos primeiros minutos e manter a posse de bola perante uns Países Baixos que entraram sufocantes, mas sem conseguir materializar o domínio.

Se é verdade que o primeiro momento de perigo coube aos Países Baixos, com Taylor a ter um golo anulado, o primeiro remate foi mesmo de Portugal. E numa jogada ilustrativa daquilo que foi o plano de jogo de Rui Jorge. Recuada, a equipa das quinas aproveitou a velocidade de Pedro Neto e a qualidade de passe de Tiago Dantas para aproveitar o balanceamento ofensivo contrário e provocar perigo no contra-ataque.

É assim que o extremo do Wolverhampton ameaçou Verbruggen, de fora da área, que respondeu de forma segura.

Dois minutos de loucos

No espaço de dois minutos a partida descontrolou-se e foi Portugal que beneficiou com isso. Aos 19’, Brobbey aproveitou um erro na saída lusa e, dentro da área, rematou para uma defesa importante de Celton Biai que mostrou reflexos apurados e negou o golo ao avançado do Ajax.

Na resposta Portugal festejou. Tiago Dantas lançou Pedro Neto na esquerda, o extremo trabalhou perante o adversário e cruzou para a pequena área onde surgiu André Almeida (20 minutos) a desviar para o fundo das redes. Um golo simples, contra a corrente do jogo, que deixava os lusos em vantagem.

O golo traiu a confiança dos Países Baixos. A equipa neerlandesa continuava a ter mais posse de bola, mas era menos assertiva, muito mais dependente da capacidade de Brobbey segurar a bola (e raramente perdeu um duelo) para conseguir criar espaços na muralha defensiva portuguesa.

Pragmatismo

O segundo tempo trouxe Portugal pragmático. Se é verdade que a equipa das quinas sempre foi conhecida pelo futebol ofensivo (foi a equipa mais concretizadora da qualificação com 41 golos em 10 jogos), a necessidade de pontuar transformou a ideia de jogo para uma questão de pragmatismo.

Portugal baixou o bloco
Portugal baixou o blocoOpta by Stats Perform

Ciente das dificuldades dos Países Baixos em urdir jogadas de perigo para a baliza de Celton Biai, Rui Jorge comprometeu-se completamente com um plano de contra-ataque. A equipa baixou o bloco, teve Alexandre Penetra a dominar completamente na defesa e apostou nas saídas rápidas para o ataque com Diego Moreira e Francisco Conceição na frente de ataque.

O erro

Tudo parecia estar a correr de feição a Portugal, mas eis que novamente uma desconcentração voltou a ser fatal. Se na primeira partida a Geórgia aproveitou dois erros da equipa das quinas, no segundo jogo, os Países Baixos aproveitaram nova falha.

Numa saída extemporânea, Celton Biai errou a abordagem e acabou por ceder canto. Na sequência do lance, a Burger cabeceou ao primeiro poste e Brobbey (78 minutos) desviou ao segundo poste, demonstrando faro de ponta-de-lança.

Brobbey esteve em destaque pelos Países Baixos
Brobbey esteve em destaque pelos Países BaixosOpta by Stats Perform

O empate deitou por terra a estratégia de Rui Jorge. Chegar com um ponto à última jornada não era fatal, mas quase mortífero e o selecionador teve de voltar à fórmula original. Henrique Araújo entrou para o ataque, Portugal voltou a ter uma referência ofensiva, desta feita com Francisco Conceição e Diego Moreira a apoiar nas alas.

Reveja aqui as principais incidências da partida

Contudo, era demasiado tarde. Só aos 89 minutos é que se conseguiu ver a Seleção Nacional com alguma posse de bola no meio-campo adversário e só aos 90+1 minutos é que voltou a obrigar Verbruggen a uma defesa complicada.

Os números da partida
Os números da partidaOpta by Stats Perform

O empate não deixa Portugal de fora da competição, mas deixa muito complicadas as contas. A equipa de Rui Jorge é a última classificada do Grupo A, com um ponto e precisa de vencer a Bélgica e de uma ajuda da Geórgia para chegar aos quartos de fina. Se a anfitriã não perder com os Países Baixos na última ronda, a equipa de Rui Jorge segue em frente desde que some os três pontos.

A classificação do Grupo A
A classificação do Grupo AFlashscore

Homem do jogo Flashscore: Alexandre Penetra (Portugal)