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Rui Jorge: "Não chegamos nem perto do que é o nosso melhor"

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Leia abaixo as declarações do selecionador portuguesa de sub-21 depois da derrota por 1-0 com Inglaterra, nos quartos de final do Campeonato Europeu, que deixou também a equipa fora dos Jogos Olímpicos.

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Melhor fase da equipa na segunda parte: "A primeira parte foi a pior que já fizemos, foi penosa. A segunda foi bem melhor, mas claro que não estou nada satisfeito com a primeira parte. Disse aos jogadores que fomos receosos e só quando sofremos o golo é que nos libertamos. Isto não tem a ver com o sistema (de jogo), mas com a confiança com bola. Os espaços para jogar estavam lá na primeira parte e não o conseguimos fazer. As linhas de passe estavam lá, não fomos suficientemente bons para as encontrar".

Demora a chegar à melhor forma: "Foi uma boa segunda parte, tivemos bons períodos contra a Bélgica, na primeira parte do primeiro jogo também. A segunda parte foi bem diferente da primeira, naturalmente que o adversário é diferente e as pessoas valorizam de outra forma. Mas este nível não se compadece com metades de jogo a jogar bem e outra metade mal. Não se pode baixar o nível porque quando isso acontece vamos embora".

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Mensagem aos jogadores: "Podíamos ter feito melhor, disse muitas vezes. Gosto que a vertente da qualidade esteja presente e este Europeu não foi aquele em que fomos melhores. Nem chegamos perto do que é o nosso melhor e do que (fizemos) neste percurso. Os adversários são outros, quando vimos para este nível temos que continuar a demonstrar qualidade. Durante a fase de grupos sublinhei que não basta dizer que somos candidatos, temos de o demonstrar. Hoje tivemos um momento em que não o fizemos".

Ausências: "(Falar) disso seria uma falta de respeito para todos estes jogadores que ao longo de 20 dias se têm dedicado, não deixaram nada por dar, eu podia e eles também podiam ter feito melhor. Seria uma falta de respeito estar a falar sobre isso agora. É muito difícil virem para aqui, alguns perderam férias e não jogaram um minuto e o comportamento foi sempre exemplar. Isso é um excelente exemplo daquilo que será o futuro das suas carreiras e envio um grande abraço porque eles merecem".

Leia abaixo as declarações de Rui Jorge na conferência de imprensa.

“Mais do que a agressividade, foi a coragem que mudou (da primeira para a segunda parte). Temos jogadores com qualidade suficiente para fazer muito mais em termos de posse do que aquilo que fizemos na primeira parte. Acho que nos faltou alguma coragem para ter bola. Quando falo na qualidade técnica dos nossos jogadores, digo muitas vezes que é necessário pô-la em prática, mas isso foi algo que não se passou muito no primeiro tempo, que não foi nada bem conseguido por nós.

A Inglaterra foi bem melhor do que nós na primeira parte, mas nós melhores na segunda. Não há dúvida nenhuma de que o nosso adversário tem uma belíssima equipa. Também somos uma boa equipa. Ainda assim, não conseguimos mostrar todo o nosso potencial. Tivemos bons momentos em 4-4-2, mas há coisas que nada têm a ver com o sistema. Muitas vezes, dá-se um peso demasiado grande a isso, que não é o mais importante. Na primeira parte, os espaços e os jogadores livres estavam lá assim que tínhamos a bola. Agora, não tivemos capacidade para os encontrar e para executar conforme deveríamos.

O nível das equipas neste torneio foi diferente da qualificação. Na verdade, em termos da qualidade que esta seleção de sub-21 costuma apresentar, não o conseguimos fazer. Só muito pontualmente. Isso é algo concreto, palpável e até mensurável em alguns aspetos. Houve coisas que conseguimos colocar em campo, mas a qualidade não foi uma delas. Custa-me estar a referir isto, porque sei que o resto vai ser esquecido, tal como a entrega dos jogadores ou o facto de termos começado este campeonato da Europa com uma derrota, além de termos tido a necessidade de ir à procura de resultados nos outros dois duelos.

Mesmo na derrota (frente à anfitriã Geórgia, por 2-0, na jornada inaugural), não consigo esquecer que os meus jogadores se fartaram de correr, trabalhar e tentar dar a volta ao resultado, mesmo estando em inferioridade numérica. Agora, sei que isso será bastante esquecido em comparação com aquela que tem sido a bitola de qualidade dos sub-21.

Não estava satisfeito pela forma como o Samuel Costa estava a desempenhar a função. Ele não estava a conseguir fazer algumas coisas que eu queria e ponderei retirá-lo para colocar o Paulo Bernardo (na primeira parte). Entretanto, acalmou o seu jogo e entrou no ritmo. Pela forma como estávamos a jogar, esperava que ele desse outro tipo de coisa”.