Vários duelos vão marcar a final do Euro 2025, este domingo, entre uma Espanha dominante e uma Inglaterra habituada a operar milagres para defender a sua coroa. Um dos mais aguardados será o confronto entre Aitana Bonmatí e Keira Walsh, antigas companheiras no Barcelona.
Acompanhe as incidências da partida
Velhas conhecidas
O meio-campo espanhol, um triângulo de ouro que inclui as vencedoras da Bola de Ouro Alexia Putellas e Aitana, juntamente com Patri Guijarro como uma implacável marechal, não tem equivalente no planeta futebol.
Hospitalizada antes do torneio devido a uma meningite viral, Aitana voltou ao seu melhor nível, impulsionando os ataques espanhóis e desbloqueando uma meia-final travada contra a Alemanha com um esplêndido remate quase sem ângulo (1-0 no prolongamento).
Mas, frente a uma Roja que procurará monopolizar a bola, "trata-se simplesmente de ser paciente sem entrar em pânico nem se frustrar", explicou na quinta-feira Keira Walsh, precisamente uma das melhores do mundo na recuperação e no ritmo do jogo.
Russo-Esther, duelo de goleadoras
Visualmente, é impossível confundir os 1,75 metros de Alessia Russo, o alvo claro que oferece às suas companheiras capacidade para conservar a bola.
Nada a ver com os 1,61 m de vivacidade de Esther González, mestra da pressão, do desmarque e do jogo de primeira.
Em termos estatísticos, vantagem para a espanhola do F.C. Gotham, que lidera isoladamente a tabela de goleadoras do torneio com quatro golos, todos na fase de grupos.
Russo, do Arsenal, marcou apenas o quarto golo na expressiva vitória das Leoas frente ao País de Gales (6-1). Mas, frente aos Países Baixos (4-0), tornou-se a primeira jogadora a conseguir um hat-trick de assistências num Euro, confirmando que é um ponto de apoio perfeito para o jogo longo inglês.
"Ela é tão generosa e coloca as outras jogadoras em posição de marcar. Não é só o seu talento para marcar golos que a torna extraordinária, mas também o que faz sem a bola", analisa a extrema Lauren Hemp.
Williamson-Paredes, as capitãs
Ambas ocupando o lado direito da defesa, Leah Williamson e Irene Paredes estão quase igualadas no número de bolas recuperadas (33 e 32, respetivamente), embora a inglesa tenha sido muito mais exigida numa equipa que já concedeu seis golos, frente aos três da Espanha.
Mas também contam com elas no ataque, com dois estilos muito diferentes: o jogo longo de Williamson, que não hesita em driblar e adora encontrar diretamente Russo, e o jogo aéreo de Paredes, recompensado com um golo frente à Bélgica.
Por fim, o seu espírito de liderança é semelhante: um compromisso incansável com a equipa mais do que um gosto pelo protagonismo.
Hampton-Coll, sem medo dos holofotes
Entre os seus cruzamentos longos que rompem linhas, as suas defesas e os penáltis defendidos no emocionante Inglaterra-Suécia (2-2, 3-2), Hannah Hampton já pôs fim ao debate sobre a sua capacidade para substituir a lenda Mary Earps, retirada da seleção para surpresa geral antes do Europeu.
A entrada no torneio foi muito mais complicada para Cata Coll, afetada por uma amigdalite durante a fase de grupos e que cedeu o seu lugar a Adriana Nanclares, antes de enfrentar quartos de final tranquilos contra a Suíça (2-0) que não lhe permitiram brilhar.
Mas apareceu em grande com uma dupla defesa espetacular nos acréscimos da meia-final frente à Alemanha, primeiro diante de Klara Bühl e depois diante de Carlotta Wamser, permitindo a prorrogação.
Capaz, como Hampton, de arriscar com os pés, Cata também está pronta para bater eventuais penáltis, como fez a alemã Ann-Katrin Berger contra a França.
"Adoraria! Disse no treino que quero bater entre as cinco primeiras, vamos ver se me deixam...", anunciou antes das meias. Não foi preciso.