Recorde as incidências da partida

"É a nossa vez de elevar o teu nome." A bonita homenagem a Diogo Jota antes do apito inicial do reencontro entre Espanha e Portugal marcou de forma indelével a história da partida. Num dia em que o futebol fica claramente em segundo plano, a verdade é que temos de contar a história de um jogo em que a Seleção Nacional voltou a não ter argumentos para travar nuestras hermanas.
Tal como há três meses em Vigo, quando Portugal saiu goleado por 7-1, o início do jogo foi tudo menos fácil. Logo aos dois minutos, Esther aproveitou um passe extraordinário de Olga Carmona para inaugurar o marcador em Berna, depois de levar a melhor no duelo físico com Fátima Pinto e atirar sem hipótese de defesa para o fundo da baliza de Inês Pereira.
Déjà vu
O fantasma de Vigo pairava sobre Berna e ganhou contornos assustadores aos oito minutos. Tal como nesse jogo de má memória na Liga das Nações, Portugal sofreu golos aos 2 e aos 8 minutos. Desta vez, foi Vicky López a aproveitar um passe de Mariona Caldentey pela direita e a finalizar com sucesso.
O mesmo filme passava na cabeça das jogadoras portuguesas e os sinais de alarme eram claros. A Espanha dominava por completo, jogava a seu bel-prazer e não dava qualquer margem de manobra a Portugal.
Inês Pereira ainda foi adiando o inevitável, com duas defesas vistosas aos 16 e 35 minutos, mas não conseguiu travar a avalanche espanhola na reta final do primeiro tempo.
Aos 42 minutos, Alexia Putellas recebeu a bola dentro da grande área, sentou Diana Gomes e finalizou junto ao poste mais próximo, num lance para ver e rever. Um minuto depois, Clàudia Pina, com um cruzamento traiçoeiro, acertou no poste mais distante, a bola sobrevoou Inês Pereira, e Esther apareceu no sítio certo para fazer o quarto golo da Espanha.

Portugal nem assustou
Francisco Neto aproveitou o intervalo para mexer na equipa, mas o melhor que conseguiu foi uma organização defensiva mais consistente, também favorecida pelo facto de a Espanha ter abrandado o ritmo, confortável com a vantagem alcançada.
As substituições foram-se sucedendo, o ritmo da partida foi diminuindo, mas houve um denominador comum: Portugal não conseguiu criar perigo junto da baliza de Nanclares. Apenas um remate enquadrado com a baliza espanhola para amostra.
Já em tempo de compensação, aos 90+3 minutos, a Espanha fechou as contas. Na sequência de um canto, Salma Paralluelo executou um cruzamento milimétrico e Cristina Martín-Prieto, completamente solta de marcação, cabeceou para o fundo das redes, fixando o resultado final em 5-0.
Na próxima jornada, frente à Itália, marcada para dia 7, será preciso fazer muito mais. Portugal está obrigado a elevar o seu nível competitivo, mostrar outra atitude e lutar por um resultado que mantenha viva a esperança na fase de grupos do Europeu.