- Estamos a poucos dias do França-Inglaterra, como se sente?
- Estou muito bem, sinto-me bem e as coisas estão a correr bem. O estágio é bom, estamos confortáveis, temos uma bela vista para o lago e uma piscina.
- Esta partida contra a Inglaterra é especial para si, que joga na Superliga Feminina, pelo Chelsea. Conversaram sobre isso no clube?
- Não conversámos necessariamente sobre isso no Chelsea. A Inglaterra é uma equipa muito física, boa em transições. Vai ser um grande jogo e estou ansiosa por ele.
- Se tivesse de nomear uma jogadora a ter em conta nesta seleção inglesa, seria...?
- Lauren James.
- Começar o Euro com um jogo contra a Inglaterra é um choque e tanto! É stressante?
- Acho que é excitante. Somos todas competidoras, por isso estamos ansiosas por começar o Euro. Estamos orgulhosas de estar aqui. Depois disso, todas as equipas são complicadas de defrontar e não podemos encará-las de ânimo leve. Por isso, não importa qual é a equipa, seja a Inglaterra ou qualquer outra, vão ser todos grandes jogos.
- Vai para o Euro com alguma segurança, porque ganhou oito jogos seguidos.
- Penso que isso é bom para a nossa confiança. E, assim, estamos prontas para começar o Euro.
- O facto de terem conseguido vencer o Brasil com alguma dificuldade foi uma chamada de atenção?
- Sabemos que o Brasil é uma equipa muito boa. É verdade que começámos mal, perdendo por 2-0. Depois disso, fomos decididas, não desistimos e ganhámos o jogo. Foi um bom jogo, com muita intensidade.
- Pessoalmente, que percentagem de vós está convencida de que a França vai ganhar o Euro?
- É preciso começar pelos jogos da fase de grupos. Vamos ganhar esses jogos. Depois, veremos o que acontece. Para já, passo a passo.
- Este é o seu segundo Europeu, depois do de Inglaterra. Já tem alguma experiência, como avalia a atual equipa francesa?
- Temos uma equipa muito boa. Penso que temos tudo o que é preciso para ir até ao fim. Estamos a pôr as coisas no lugar. Esse é o nosso objetivo. Temos de pôr os ingredientes para ir até ao fim.
- Olhando para os vídeos nas redes sociais, fica-se com a impressão de que o grupo vive muito bem em conjunto.
- Sempre foi assim, sempre nos provocámos, brincámos e rimos umas das outras. Mas sim, as coisas estão a correr bem, muito bem mesmo. A Selma (Bacha) e eu gozamos muito uma com a outra, mas isso é porque nos conhecemos há muito tempo.
- Está a preparar-se para este Euro há um mês, as coisas continuam a correr bem? Não estão demasiado cansadas?
- O grupo continua a correr bem, mas é normal na preparação estarmos um pouco cansadas, porque temos treinos, preparação física, etc. Quando temos tempo livre, dormimos, porque na preparação tínhamos três sessões de treino por dia... Por isso, quando se está KO, dorme-se ou vê-se uma série.
- É uma das jogadoras que jogaram muito esta época, como é que lida com isso pessoalmente?
- Não tivemos muitos dias de descanso. Consegui fazer uma pausa, mas foi curta. E logo voltamos ao ritmo dos preparativos. Mas é verdade que, depois daquela grande época, foi difícil. Mas depois disso, é assim que as coisas são. O futebol é assim. Este verão há o Euro.
- Falando da sua época, teve uma grande temporada no Chelsea. Sente que está a dar a volta por cima?
- Já saí da minha zona de conforto, por isso acho que virei uma esquina. No início não foi fácil, mas com o passar do tempo foi ficando mais fácil. No início não falava inglês e foi a Ève Perisset que me ajudou. Agora estou um pouco melhor porque estou a ter aulas. Com Oriane Jean-François (que também chegou do PSG no verão de 2024), também contámos com a ajuda do staff, Sonia Bompastor e Camille Abily, o que ajudou.
- Temos a impressão de que em Inglaterra os seus desempenhos são muito apreciados. É algo que também sente?
- Sim, francamente. Afinal de contas, a Inglaterra é um país que adora futebol, então acompanham muito o futebol feminino e o apreciam pelo que ele é.
- É frequentemente citada como uma das melhores jogadoras do Chelsea esta temporada. Isso deixa-a feliz?
- Sim, estou muito feliz. É um trabalho de equipa, não estou sozinha. Penso que é graças à equipa que sou uma das melhores jogadoras da equipa.
- Pode falar-nos do seu papel no Chelsea, onde jogava numa posição ligeiramente híbrida, entre lateral e avançada?
- Eu era sobretudo polivalente. Jogava na defesa, às vezes como número nove... Era adaptável. Tive instruções quando joguei como número 10 na final (da Taça de Inglaterra contra o Manchester United, onde marcou dois golos e fez uma assistência), número 9 também. Depois disso, sei o que é jogar na direita, porque também jogo como média esquerda.
- Fala sobre jogar como número 9. Esta temporada, o Chelsea até confiou em si para bater os penáltis no final da época.
- Sim, depois disso, trabalhamos muitas vezes os penáltis nos treinos, por isso não me importo de os marcar.
- Na equipa francesa, tens um papel diferente, joga mesmo na ala.
- É a minha posição preferida, entre média ou extremo esquerdo. Prefiro jogar pela esquerda.
- Foi a melhor marcadora da seleção em 2025, o que é uma grande responsabilidade.
- Responsabilidade, eu diria, é uma palavra grande. Não me sinto pressionada. Há muita gente nesta equipa que sabe marcar golos e temos jogadoras de topo na frente. Quando uma jogadora marca, todas festejam.
- Marcou 5 golos nos 6 jogos da Liga das Nações. Antes disso, havia marcado quatro golos em 36 jogos com as Bleus. Houve alguma coisa que a fez mudar para a equipa francesa?
- Acho que é uma continuação da minha temporada no Chelsea. Também não sou a único na seleção francesa, e espero que todos as outras atacantes também marquem.
- Tem algum objetivo para este Euro?
- Que tudo corra bem e que a equipa chegue ao fim. Não tenho nenhum objetivo pessoal.