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Se a Inglaterra tem a sua "verdadeira Inglaterra", a Alemanha também tem aquela alma extra que pode ser convocada quando as costas estão contra a parede. Depois de derrotar uma França que foi superada em onze contra dez durante 110 minutos, as jogadores alenães perceberam o quanto são boas e o potencial que têm. " Esta vitória deu-nos algumas asas extra, o que nos dá muita confiança para os próximos jogos", admitiu Sophia Kleinherne, que jogou os seus primeiros minutos neste Euro-2025 contra a França, após a lesão no tornozelo de Sarai Linder.
A defesa de 25 anos, que foi substituída na lateral, agora quer "realmente sonhar com algo muito, muito grande". A Alemanha começou mal o Europeu: uma vitória por 2-0 sobre a Polónia, a equipa menor do grupo, uma reviravolta por 2-1 sobre a Dinamarca, graças a um penálti, e uma derrota por 4-1 com a Suécia na última partida da fase de grupos... Mesmo assim, a Alemanha era favorita quando o torneio começou na Suíça.
"Ao longo do torneio, evoluímos como equipa", afirma Melanie Leupolz, antiga jogadora da seleção alemã que acaba de se reformar: "O torneio mostrou que, mesmo que haja grandes dificuldades, podemos superá-las juntos, como uma equipe. Isso deu muita confiança à equipe e espero que possamos aproveitar isso para vencer a Espanha na semifinal e, com sorte, chegar até a final."
Alemanha contra todas as probabilidades
Giovanna Hoffmann, que foi preterida por Lea Schüller na vitória sobre as alemãs, concorda: "A resistência não nos faz recuar, mas deixa-nos ainda mais fortes". Desde o início do Euro, a Alemanha teve de enfrentar muitos "obstáculos": a grave lesão da capitã Giulia Gwinn no primeiro jogo, a baixa de Carlotta Wamser após a mão contra a Suécia, a lesão de Linder... e agora também a suspensão de Kathrin Hendrich, após o cartão vermelho por ter puxado o cabelo de Griedge Mbock, e a de Sjoeke Nüsken por acumulação de cartões amarelos.
Assim, mais uma vez, Christian Wück terá de alterar a forma da sua equipa contra a Espanha, atual campeã do mundo. De acordo com a imprensa alemã, Sara Däbritz e Sydney Lohmann poderão ser titulares no meio-campo para compensar as ausências, enquanto na defesa, Carlotta Wamser, que cumpriu suspensão, poderá ser titular na lateral direita.
"Resolvemos muitas coisas juntas na equipa, apoiamo-nos mutuamente e temos uma boa intuição do que cada jogadora precisa em determinado momento", explica Rebecca Knaak, a defesa central de 29 anos: "Tentámos ajudar-nos mutuamente para que todas as jogadoras estejam a 100% no dia do jogo".
Mentalidade para ir até o fim
Na Baviera, Lena Oberdorf, titular da seleção alemã, mas que não conseguiu recuperar da rotura do ligamento cruzado a tempo de participar no Euro, tem a certeza: "Esta mentalidade é a qualidade de que a equipa precisa para chegar à final. A Alemanha conta ainda com jogadoras talentosas como Klara Bühl e Jule Brand, que se juntarão ao OL Lyonnes após a competição, capazes de colocar os interesses da equipa em primeiro lugar, seja a defender ou a fechar as linhas.
"Todos os membros da equipa são capazes de assumir responsabilidades", afirmou Hoffmann na conferência de imprensa. Esta nova equipa alemã, em grande parte renovada após o fiasco do Campeonato do Mundo de 2023, carrega também sobre os ombros o peso da história de uma equipa oito vezes campeã europeia, que tem uma ligação tão especial com o Euro. E é melhor distribuir essa pressão por toda a equipa.
"Naquela época, ganhávamos quase todos os Europeu", lembra Leupolz: "Hoje em dia, é mais difícil porque outras equipas evoluíram e atingiram o nível da seleção alemã. Por isso, não é tão fácil ganhar, mas acho que está na hora de ganhar de novo, porque a Alemanha precisa trazer o título para casa." A jogadora que deixou o seu lugar para as jogadoras mais jovens a partir de 2023 pode contar com a capitã alemã Janina Minge para influenciar esse espírito vencedor. " Tenho certeza absoluta de que também venceremos as espanholas", diz a zagueira central. De qualquer forma, o contrário seria inédito.
