Recorde as incidências da partida
Delphine Cascarino precisou de seis minutos para fazer um passe decisivo e marcar dois golos. E não foi de qualquer jeito: quando a camisola 20 mandou uma boa bola na área para Marie-Antoinette Katoto, a França estava perdendo a perder por 2-1 com os Países Baixos. Mas, graças a ela, as francesas recuperaram e fizeram o 2-4, antes de Sakina Karchaoui marcar o quinto golo de penálti para encerrar uma noite perfeita que qualificou a França como líder do Grupo D.
No primeiro tempo, porém, Delphine Cascarino, conhecida como "Dédé", voltou para o balneário tão desanimada quanto as companheiras. "Ficou um pouco frustrada com o primeiro tempo porque não tocou em muitas bolas", lembrou Sandie Toletti. Mas na segunda parte deu tudo de si e marcou um belo golo.
Laurent Bonadei analisou a mesma ascensão da sua atacante: "Delphine é uma dragster. A certa altura, é preciso acender um pouco o fogo para que ela mostre todo o seu potencial. Ao intervalo, disse-lhe que era capaz de fazer mais, mas, tal como o resto da equipa, não estava suficientemente presente nos duelos ou na nossa agressividade. Gostei muito da reação da Delphine, que marcou belos golos e fez uma assistência fantástica."
O melhor golo do Europeu
A boa atuação de Delphine Cascarino rendeu-lhe o segundo prémio de Jogadora da Partida nas suas duas participações no Euro-2025.
"É verdade que comecei bem", disse a jogadora do San Diego, que sorriu timidamente na zona mista. "Queria marcar e ajudar a equipa a ganhar. E, graças às minhas companheiras, consegui receber boas bolas no momento certo e tive a tranquilidade suficiente para marcar", acrescentou.
Um dos dois golos da noite pode, de facto, ser considerado um dos mais bonitos do torneio.
"Recebi uma bola longa, dominei-a e fui provocar a adversária. Não sabia muito bem para onde ir e decidi deixar o remate passar", contou, acrescentando que ainda não teve tempo de rever o golo. No entanto, o golo que ela e as suas companheiras mais festejaram foi o seguinte, colocando o resultado em 2-4. Menos espetacular, claro, mas muito mais importante.
Um período de preparação agitado, mas sem impacto
"Estou muito feliz por ter contribuído para a vitória desta noite", resumiu com sobriedade. O desempenho de Delphine Cascarino, que já havia marcado um golo contra a Inglaterra no primeiro jogo da fase de grupos, é tanto mais especial quanto a atacante francesa não pôde passar todo o período de preparação para o Euro com as Bleues. Ela teve de voltar aos Estados Unidos após os jogos da Liga das Nações, no final de maio, para disputar três partidas da NWSL com o San Diego, enquanto aguardava a divulgação das datas do calendário da FIFA.
Só jogou 24 minutos no último particular da França contra o Brasil, mas mesmo assim ainda teve tempo de fazer uma assistência para Marie-Antoinette Katoto, como fez no domingo para ajudar as francesas a recuperar no marcador.
"É tão importante fazer as apresentações no clube quanto se preparar para elas e ter um alto nível de exigência. No segundo tempo, vimos que Delphine tem todas as qualidades para fazer a diferença", afirmou Laurent Bonadei.
Mas, apesar de a jogadora do subúrbio de Lyon estar a acumular sucessos com a seleção francesa, que chegou à 11.ª vitória consecutiva, é improvável que ela se torne a titular indiscutível
"Temos nove avançadas diferentes em 11 golos marcados", analisou Laurent Bonadei, "um recorde para uma grande competição da seleção francesa".
"Por outras palavras, o perigo pode vir de qualquer lado (...) Mas o ataque tem sempre algo a provar, e nunca devemos descansar sobre os nossos louros", acrescentou.