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Depois de uma estreia surpreendente contra a França no primeiro jogo da fase de grupos (derrota por 2-1), Lauren James marcou dois golos contra os Países Baixos e fez uma exibição magistral contra o País de Gales na goleada por 6-1 que qualificou a Inglaterra para os quartos de final. No entanto, a avançada do Chelsea tinha acabado de voltar de uma lesão na coxa, que sofria desde o início de abril.
"Ela treinou conosco no Chelsea durante todo o mês de junho. Não teve muitas férias e a sua preparação começou mais cedo do que a dos outros para tentar estar o mais apta possível", conta Camille Abily, treinadora-adjunta de Sonia Bompastor no clube londrino.
"Não esperava que ela fosse necessariamente titular e jogasse 60 minutos" contra as bleues, mas notou que "poderia ter marcado muito rapidamente" com duas oportunidades madrugadoras.
Na seleção de Inglaterra, a decisão de Sarina Wiegman de lançá-la como titular assim que recuperou de lesão foi criticada. Mas Abily vê isso como um sinal de confiança por parte da equipa técnica inglesa, para uma jogadora que precisa disso.
"Ela é uma jogadora muito talentosa, mas tem muitas dúvidas sobre si mesma. Isso pode não transparecer quando está em campo, mas ela precisa de ter essa relação de confiança com a treinadora", explicou Sonia Bompastor em entrevista ao Flashscore no final de fevereiro.
Influência de James
Foi uma confiança que devolveu quatro dias mais tarde a Sarina Wiegman, depois de ter sido trocada do meio-campo para a ala direita após a derrota com a seleção francesa. Foi aí que redescobriu toda a sua capacidade de jogar no um para um, de partir para o ataque e de servir as companheiras na altura certa.
"A soltura dela torna o seu jogo muito fluido", observou a selecionadora inglesa depois do apito final.
Lucy Bronze, que também é sua companheira de equipa no Chelsea, é uma fã: "Sabemos que basta dar a bola à LJ em posições perigosas e o golo pode surgir de qualquer lado. Ela é provavelmente a melhor (...) quando se trata de criar algo especial".
Foi o que aconteceu no decisivo segundo jogo da fase de grupos da Inglaterra contra os Países Baixos, quando a atacante inaugurou o marcador com um belo remate de pé esquerdo da entrada da área, antes de repetir o truque.
"Vemo-la a fazer isso o tempo todo nos treinos", disse a inglesa Alessia Russo na conferência de imprensa, que pretende "encontrar Lauren James nessas áreas o máximo possível".
"Ela é uma daquelas jogadoras que, sozinha, pode mudar uma partida. Tem a capacidade de fintar e marcar mesmo no meio de três adversárias. É muito habilidosa em frente à baliza, gosta de rematar, seja com o pé direito ou com o pé esquerdo, é capaz de rematar de longa distância e marcar a qualquer momento", acrescenta Camille Abily, que lhe pediu em tom de brincadeira antes do Euro "para não marcar contra a França".
Apontar a maior consistência
"Temos visto uma Lauren James muito boa, mas para ser uma das melhores jogadoras do mundo, também é preciso aumentar o alcance. A Lauren é boa a defender porque, fisicamente, é muito impressionante no primeiro toque. Por isso, é difícil passar por ela quando está realmente preocupada", continua a treinadora, seguida por Wiegman, que acredita que ela "trabalha muito quando tem de o fazer".
Abily tem certeza: "Com um pouco mais de consistência, pode tornar-se uma das melhores jogadoras do mundo. Já convivi com muitas grandes jogadoras, mas em termos de talento puro, Lauren está entre as três primeiras. É capaz de fazer coisas excecionais", acrescenta.
Depois de uma temporada marcada por lesões - disputou apenas nove jogos na liga inglesa -, a número sete da Inglaterra tem outra oportunidade de mostrar o seu valor contra a Suécia nos quartos de final da Euro 2025.