Reveja aqui as principais incidências da partida
Depois de sete longos minutos de tempo extra, as Bleues respiram de alívio. A França venceu a atual campeã Inglaterra por 2-1 e, nas palavras de Laurent Bonadei, "deixaram uma impressão duradoura". As próprias jogadoras correram para saudar os muitos adeptos franceses em Zurique, que também haviam vencido a batalha contra os ingleses, mas nas bancadas. A França acaba de atingir um marco na sua campanha para o Europeu: derrotar a Inglaterra, a quinta classificada no ranking da FIFA e anunciada como favorita.
No entanto, o selecionador Laurent Bonadei afirma que os Bleues continuam a ser "outsiders" ou "challengers", consoante o gosto, apesar desta prestigiosa vitória. "É apenas a primeira etapa", afirmou na conferência de imprensa: "Ganhámos uma partida, ainda faltam duas no grupo. Lembrem-se, eu estava na Arábia Saudita com o Hervé quando vencemos a Argentina no primeiro jogo. No final, a Argentina ganhou o Campeonato do Mundo de 2022 no Catar".
A França alcançou a nona vitória consecutiva em todas as competições, mas não deve "deixar-se levar": "Temos de ser muito humildes quando ganhamos e também não entrar em pânico quando passamos por momentos mais difíceis. O treinador está a fazer tudo o que está ao seu alcance para proteger a sua equipa de qualquer pressão externa, sabendo quantas vezes o aspeto mental das Bleues foi alvo de críticas após cada desilusão. A questão do objetivo da França para o Euro-2025 é quase tabu, tal como a avaliação de Sarina Wiegman antes do jogo de que a França é favorita.
Depois de um mês de preparação, as jogadoras francesas estão bem informadas e assimilaram a mensagem repetida internamente. " É um jogo da fase de grupos e, como todos os jogos, vale três pontos, quer se trate da Inglaterra, do País de Gales ou dos Países Baixos, vamos ter de conquistar os três pontos", disse Elisa de Almeida, sobriamente, na zona mista: "As pessoas podem dar-nos estatuto se quiserem, mas vamos continuar a ser a equipa francesa".
É uma visão ambivalente, porque enquanto a França se recusa categoricamente a ser favorita, alguns das suas jogadoras, como Kelly Gago, não hesitam em sublinhar o seu desejo de ganhar este Euro. "Ganhámos este jogo, mas há muitos outros pela frente. É um grande desempenho, é um primeiro passo para o nosso objetivo, mas é apenas o começo", sublinha Sakina Karchaoui, que acredita que "os melhores ganharam" este sábado contra a Inglaterra.
Contra as leoas, a França também pode se orgulhar de ter desbloqueado um novo trunfo que pode levá-la ao título final: um estilo de jogo mais vertical, com menos posse de bola e menos passes do que o habitual, em resposta às bolas longas da Inglaterra que escapavam à pressão tricolor. Depois, adaptaram-se quando os ingleses recuperaram mais a bola, confiando na força e na velocidade do seu ataque.
"Nem sempre estamos em jogos em que saímos e ganhamos 75% da posse de bola com 800 passes. Também é bom, por vezes, estar num registo diferente, como aconteceu esta noite, mesmo quando estamos a ser maltratados, como aconteceu no final do jogo. Isso também fortalece os laços entre as jogadoras, para que eles percebam que também são capazes de construir o jogo e impedir que o adversário construa o jogo", ressalta Bonadei.
Mais uma corda no arco tricolor, que vem destilando suas flechas desde fevereiro de 2025 sem uma única falha. "Precisamos nos recuperar bem e nos concentrar na partida contra o País de Gales, sem nos deixarmos levar, mantendo os pés no chão e dando um passo de cada vez". A França pode garantir os quartos de final na quarta-feira, se as neerlandesas vencerem e perder Inglaterra. E certamente não poderá ficar na sombra por mais tempo.