Desde o início da competição, nove das dezasseis equipas (Suíça, Alemanha, Inglaterra, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, País de Gales e Suécia) usaram a braçadeira arco-íris, mas não foi esse o caso das Bleues. Durante os três jogos da fase de grupos, as sucessivas capitãs das Bleues, em substituição da lesionada Mbock, usaram braçadeiras com a palavra "respeito".
"Temos um grupo que representa realmente todas as causas possíveis: é multicultural, multi-religioso, com diferentes orientações sexuais, por isso não é uma braçadeira que vai definir as causas que queremos defender", explicou a capitã, pela primeira vez perante a imprensa desde o início do Campeonato da Europa, depois de ter estado indisponível até então devido a uma lesão na perna.
"A braçadeira com a palavra 'respeito' é a que realmente representa o nosso grupo como um todo e as diferentes causas que queremos defender", acrescentou, sublinhando o facto de a França ter o "grupo mais diversificado" da Europa e do mundo, e que "está unido".
"Cada uma pode representar a causa que quiser individualmente, temos muito respeito umas pelas outras (...), queremos manter-nos sensíveis a toda a gente", continuou.
De acordo com a capitã, "temos de nos certificar de que todas estão representadas e não destacar necessariamente uma causa mais do que outra, porque isso excluiria as outras".
No sábado, o treinador dos Bleues, Laurent Bonadei, já tinha sido questionado sobre o assunto, respondendo que as jogadoras iriam falar com ele.
"A palavra respeito, que está escrita nela, reúne muitas causas, como a luta contra o racismo. Não é só para a causa LGBT+. É uma pulseira bonita. Não sabíamos desta iniciativa da UEFA, é um lapso e ficámos a saber este sábado. Vamos falar sobre isso entre nós", disse antes do jogo contra os Países Baixos.
Questionada pela AFP, a FFF afirmou não ter recebido qualquer informação sobre o assunto antes do início da competição. Uma fonte próxima da FFF disse também à AFP que, em geral, as Bleues não tomam uma posição firme e não estão muito envolvidas em questões sociais.
Contactada, a UEFA não respondeu de imediato. De acordo com a UEFA, a braçadeira simboliza "uma sociedade mais justa e igualitária que aceita todos, independentemente da sua origem, crenças, género ou orientação sexual".
No domingo, Les Dégommeuses (coletivo contra a discriminação no desporto) anunciou que tinha enviado à federação uma braçadeira arco-íris.