- Diz que não é uma líder da seleção francesa, mas contra a Inglaterra foi quem abriu o marcador e indicou o caminho...
- Não, ainda não sou uma líder. Acho que todas nós somos guiadas umas pelas outras. Somos um grupo em que qualquer uma pode liderar. Não há uma jogadora acima da outra. É mesmo um grupo. As jogadoras mais jovens, Maëlle (Lakrar) e Alice (Sombath) na defesa, que fizeram um grande jogo, e as jogadoras mais experientes também nos guiaram.
- Tivemos a sensação de que o golo anulado por fora de jogo às inglesas permitiu mudar o rumo do jogo.
- Penso que o jogo mudou a nosso favor. Nos primeiros minutos, estivemos um pouco afastados. Todas falámos depois do primeiro golo, mas era apenas um golo, por isso era possível recuperá-lo. Não tivemos dúvidas, juntámo-nos e acho que o equilíbrio de forças mudou depois desse momento. Foram dois jogos em que estivemos "em desvantagem", se é que se pode chamar assim, e conseguimos dar a volta à situação. Isso é muito positivo. Mentalmente, temos de esperar para ver, mas talvez estejamos a virar a esquina.
- Como se está a sentir física e mentalmente? No início da preparação, ouvimos dizer que estava um pouco atrasado em termos de atletismo...
- Sinceramente, acho que fisicamente estou um pouco atrasada, mas mentalmente estou um pouco melhor do que no ano passado, nos Jogos Olímpicos, ao mesmo tempo. Porque a preparação foi dura, também tive uma época complicada em que joguei menos do que no ano passado... Por isso, não estou com a mesma frescura física, mas a equipa médica e técnica fez um trabalho muito bom e, até agora, isso está a notar-se em campo. Mesmo assim, acho que ainda podemos melhorar um pouco mais, jogo a jogo.
- Aos 60 minutos, Laurent Bonadei substituiu-a a si e as três avançadas da equipa. Houve também duas outras mudanças, o que mostrou que as alternativas são impressionante. Isso tranquiliza? Cria um sentimento de competição entre vocês?
- Temos um ataque muito bom, muito complementar e, ao mesmo tempo, muito diferente. É isso que nos torna tão complementares, e é essa a beleza do nosso ataque. Todos podem fazer qualquer coisa, em qualquer altura. Sabemos o que temos de fazer e o que podemos dar à equipa. É algo novo e acho que é muito bom. Temos um plantel em que qualquer um pode ser titular e qualquer um pode ser suplente. Não há jogadoras habituais. Penso que vai ser muito difícil para o treinador encontrar um onze, porque, francamente... O trabalho está a ser feito!
- Durante os Jogos Olímpicos, disse que faltava um pouco de solidariedade...
- Pessoalmente, acho que progredimos muito até agora. Veremos o que acontece durante a competio, mas acho que estamos um pouco mais unidas. Dizemos mais coisas umas às outras, sobretudo graças à preparação mental que desempenhou um papel importante e que ajudou muito a nossa equipa. Agora, é só o começo. Não nos vamos tomar pelos outros. Não vamos pensar que somos algo que não somos. Já tivemos muitos fracassos e veremos o que acontece depois do torneio.