A equipa de Sarina Wiegman defendeu com sucesso a sua coroa europeia ao derrotar a campeã mundial Espanha nos penáltis na cidade suíça de Basileia, no domingo, provocando uma efusão de alegria nacional.
As jogadoras regressaram a casa na segunda-feira e foram imediatamente levadas para o número 10 de Downing Street, a residência oficial de trabalho do Primeiro-Ministro britânico Keir Starmer, para uma receção.
Esta terça-feira, foi a vez de os adeptos celebrarem o espantoso sucesso das Lionesses, que desafiaram várias vezes as probabilidades durante a sua caminhada para a glória na Suíça.
Dois autocarros de dois andares descapotáveis com as palavras "Campeãs Europeias" partiram do fundo do The Mall, a estrada que conduz ao Palácio de Buckingham, sob um céu cinzento, pouco depois do meio-dia.
A capitã Leah Williamson ergueu o troféu do Euro-2025 e os adeptos responderam com aplausos, agitando as suas bandeiras num mar de vermelho e branco.
O número de decibéis aumentou à medida que o autocarro se arrastava ao longo da estrada, ladeada por bandeiras da União e pela Cruz de São Jorge, liderado por uma banda militar.
A Associação de Futebol disse que pelo menos 65.000 pessoas estavam no The Mall.
A enorme multidão desceu a rua em direção ao palácio - a residência oficial do Rei Carlos III em Londres - para festejar com a equipa, com dois grandes ecrãs a mostrar os melhores momentos do torneio.
"Ainda assim erguemo-nos"
Emocionada, Williamson foi a primeira a falar de um palco, no Memorial da Rainha Vitória, dizendo que tinha chorado durante todo o trajeto pela The Mall.
"Há muitas maneiras de vencer uma partida de futebol, e nós repetidamente fizemos isso da maneira mais difícil", disse.
"Mas acho que se pode ver o quanto nos importamos em jogar pela Inglaterra, o quanto amamos isso. A vitória em 2022 foi um conto de fadas, mas esta parece realmente conquistada com muito esforço, e estamos muito orgulhosas de nós mesmas", acrescentou.
A capitã disse que a equipa superou adversidades, incluindo a derrota para a França no jogo de estreia: "Coisas difíceis de lidar, e ainda assim erguemo-nos."
"Tudo o que fazemos, obviamente fazemos por nós e pela nossa equipa, mas fazemos pelo país e pelas jovens raparigas. Este trabalho nunca existiu há 30 ou 40 anos, e estamos a fazer história a cada passo. Muito obrigada, muito obrigada por estarem connosco. Fiquem connosco, esta história ainda não acabou", afirmou.
Wiegman disse à multidão que as suas jogadoras "apareceram" quando tinham de aparecer, antes de dançar no palco com o cantor nigeriano Burna Boy.
“Esperava um pouco menos de caos, mas elas não cumpriram a promessa de terminar as coisas mais depressa”, disse.
“Mas como temos sempre um plano e tentamos executá-lo, e as jogadoras em campo, continuámos sempre a ter esperança e a acreditar, e elas apareceram quando era realmente necessário e urgente", acrescentou.
Williamson ergueu o troféu sob fogo de artifício vermelho e a canção "Sweet Caroline" de Neil Diamond foi tocada nos altifalantes.
Os adeptos tinham feito fila durante horas para celebrar as suas heroínas – a primeira equipa sénior de Inglaterra a vencer um grande torneio de futebol em solo estrangeiro.
Os cartazes incluíam: "Em Sarina nós confiamos" e "Tão bom que teve de ganhar duas vezes".
A vitória na Suíça foi uma doce vingança para a equipa de Wiegman, que sofreu uma amarga derrota contra a Espanha na final do Mundial, há dois anos.
As Lionesses foram recebidas no número 10 na segunda-feira pela vice-primeira-ministra, Angela Rayner, e pela ministra do Desporto, Stephanie Peacock, enquanto Starmer encontrava-se na Escócia com o presidente dos EUA, Donald Trump.
Rayner saudou as jogadoras como um "exemplo brilhante de talento e entusiasmo pelo futebol feminino".