Nos últimos anos, o desenvolvimento do futebol feminino ganhou um enorme impulso. A FIFA e a UEFA investiram parte das receitas dos torneios masculinos para tornar os torneios femininos mais atrativos, enquanto vários grandes clubes europeus decidiram alargar o apoio financeiro às respetivas equipas femininas.
De um modo geral, estas medidas contribuíram para melhorar as condições e os salários das jogadoras de futebol.
"Mas ainda há um longo caminho a percorrer", afirmou Harder à agência noticiosa Ritzau.
"Nunca afirmei que devia ganhar tanto como Ronaldo ou Messi. Isso seria inútil, porque nunca vai acontecer", disse a estrela do Bayern de Munique.
A jogadora aponta os estágios e os banhos de gelo como exemplos de situações em que as condições diferem muito entre as equipas masculinas e femininas.
"Para mim, o objetivo final é que tenhamos as mesmas condições e sejamos priorizadas da mesma forma nos clubes. Mas não precisamos de falar de salários, porque serão precisos muitos, muitos anos para chegarmos perto disso", explicou.
Graças ao seu estatuto de uma das melhores jogadoras do mundo e à sua passagem pelo Wolfsburgo, Chelsea e Bayern de Munique, a jogadora conseguiu fazer poupanças durante vários anos. E, dependendo dos gastos e do estilo de vida de cada um, esta deveria ser a norma, diz Harder.
"Gastamos uma quantidade insana de tempo e energia nas nossas carreiras, o que significa que podemos não ter tempo ou energia para estudar ou estar preparadas para conseguir um emprego logo após o fim das nossas carreiras futebolísticas", afirmou.
"Por isso, devemos poder receber um salário que nos permita pôr um pouco de lado e não ficarmos preocupadas com o futuro quando deixarmos de jogar", concluiu Harder.
Harder e a seleção dinamarquesa estarão novamente em ação quando disputarem o segundo jogo do grupo contra a Alemanha, na terça-feira.