Inglaterra em busca da dobradinha
As inglesas, atuais detentoras do título europeu, conquistado em casa, não conseguiram manter o mesmo nível de sucesso desde então. Chegaram à final do Campeonato do Mundo no verão seguinte, mas, a partir daí, têm enfrentado várias dificuldades.
A equipa falhou o apuramento para a Final Four da Liga das Nações e, consequentemente, também ficou de fora dos últimos Jogos Olímpicos, onde deveria competir sob a bandeira do Reino Unido.
Ainda assim, o impulso gerado pela conquista do Campeonato da Europa permitiu ao futebol feminino inglês revelar novos talentos, como Hannah Hampton e, mais recentemente, Michelle Agyemang.
Por outro lado, surgiram também dúvidas em torno do rendimento da equipa, após resultados inesperados na Liga das Nações: empate a uma bola com Portugal, derrota por 3-2 frente à Bélgica e um desaire por 2-1 diante da Espanha, no início de junho.
Europeu Feminino: Calendário, formato, seleções, estádios, onde ver e muito mais
Sarina Wiegman testou diferentes esquemas táticos ao longo deste período: apostou num 4-1-4-1 contra a África do Sul, num 3-1-4-2 frente à Suíça e, mais recentemente, num 4-2-3-1, embora com forte dependência das individualidades da equipa.
Entretanto, várias jogadoras experientes que faziam parte da equipa campeã em 2022 perderam protagonismo ou abandonaram o grupo, casos de Mary Earps, Millie Bright e Fran Kirby.
Ainda assim, no papel, a Inglaterra continua a ser a seleção mais completa deste Campeonato da Europa, com jogadoras de grande qualidade em todas as posições e capazes de fazer a diferença, mesmo a partir do banco de suplentes.
Espanha: um onze do Barcelona para ganhar tudo?
Depois de se sagrar campeã mundial em 2023 e de conquistar a Liga das Nações, parecia que nada poderia travar a seleção espanhola, que entretanto também se viu livre do seu antigo selecionador, Jorge Vilda, na sequência do escândalo envolvendo Luis Rubiales e a agressão sexual a Jenni Hermoso.
Contudo, a Roja foi surpreendentemente eliminada pelo Brasil nas meias-finais dos Jogos Olímpicos, após ter deixado a Colômbia pelo caminho, nas grandes penalidades. A partir daí, começaram a surgir as primeiras dúvidas em relação ao estilo de jogo da seleção espanhola, que, segundo muitos, não evoluiu significativamente desde que Montse Tomé, antiga adjunta de Vilda, assumiu o comando técnico.
Tal como em 2023, a base da seleção continua a ser composta, maioritariamente, por jogadoras formadas no Barcelona. Desde os Jogos Olímpicos de Paris 2024, a Espanha soma apenas uma derrota, frente à Inglaterra, em Fevereiro passado (1-0).
Como sinal de progresso, a La Roja venceu o Japão por 3-1 antes de viajar para a Suíça, seleção que, recorde-se, tinha goleado as espanholas por 4-0 na fase de grupos do último Campeonato do Mundo.
Atualmente, sete das 11 titulares da seleção atuam no Barcelona, com Vicky López a ocupar o lugar de Aitana Bonmatí no meio-campo, após esta ter sido afastada devido a um quadro de meningite. O cenário e os princípios de jogo oferecem estabilidade à La Roja, que conta ainda com o bom momento de forma de Clàudia Pina, autora de quatro golos e duas assistências nos últimos cinco jogos pela selecção.
Alemanha: uma equipa rejuvenescida à procura de garantias
A seleção orientada por Christian Wück segue invicta na Liga das Nações, com cinco vitórias e apenas um empate frente aos Países Baixos (2-2). No entanto, chega ao Campeonato da Europa ainda sob o peso de alguns desaires recentes: a eliminação precoce na fase de grupos do Mundial de 2023, o terceiro lugar nos Jogos Olímpicos e a derrota na final do último Europeu.
Após o fracasso no Campeonato do Mundo, Martina Voss-Tecklenburg deixou o cargo de seleccionadora, revelando posteriormente que sofria de depressão e ataques de pânico. Desde Março de 2024, é Christian Wück quem lidera a equipa, mas os primeiros meses ficaram marcados por alguns resultados inesperados, nomeadamente derrotas em jogos particulares frente à Austrália e à Itália, duas seleções abaixo da Alemanha no ranking da FIFA.
Ainda assim, Christian Wück promoveu uma autêntica revolução no plantel, após as reformas internacionais de Merle Frohms, Svenja Huth, Marina Hegering e Alexandra Popp.
Mantendo o sistema habitual em 4-2-3-1, o selecionador devolveu a titularidade na baliza a Ann-Katrin Berger. No eixo defensivo, a dupla Doorsoun-Linder foi substituída pelas jovens Rebecca Knaak e Janina Minge, enquanto no ataque, Selina Cerci e Jule Brand ganharam espaço no onze inicial, juntando-se a Laura Freigang e Lea Schüller, a avançada designada para suceder à carismática e goleadora Popp.
Contudo, esta seleção bastante renovada ainda não conseguiu provar o seu verdadeiro valor, uma vez que a última participação da Alemanha num Campeonato do Mundo terminou com uma eliminação precoce na fase de grupos.
Outsiders de peso
Embora estas três seleções sejam apontadas como as principais favoritas, a França também pode ser incluída nesse lote. No seio das Bleues, contudo, as opiniões dividem-se: o selecionador Laurent Bonadéi prefere classificar a sua equipa como “outsider” neste Campeonato da Europa, enquanto algumas jogadoras, como Kelly Gago e Grace Geyoro, não hesitam em assumir o estatuto de candidatas ao título.
Apesar de ainda não terem conquistado um grande troféu, as francesas chegam à Suíça embaladas por uma sequência de oito vitórias consecutivas.
Também a Suécia promete ser um dos grandes protagonistas deste Europeu, depois de uma campanha invicta na Liga das Nações e do histórico de boas prestações em grandes competições. Fica, no entanto, a dúvida sobre a disponibilidade de Fridolina Rolfö, peça-chave da seleção sueca.
10 jogadoras a ter em atenção no Europeu Feminino
Já os Países Baixos procuram voltar ao protagonismo, depois de terem conquistado o Euro-2017, mas depararam-se com um período de dificuldades, acentuado pela recente derrota pesada diante da Alemanha (4-0).
O grande trunfo das Oranje poderá ser Viviane Miedema, que praticamente não competiu esta temporada devido a lesão, mas que está a recuperar a forma no momento certo para o Campeonato da Europa. Um nome a ter debaixo de olho…