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"Smilla, Smilla, Smilla"... Ao fim de apenas quatro jogos pela seleção sueca, a lateral-direita de 18 anos do Hammarby já tinha o seu próprio cântico na maré amarela que se formou atrás da baliza de Jennifer Falk. No flanco direito, Smilla Holmberg foi bem-sucedida em tudo o que tentou: driblar, dividir, atacar e ir para a frente, de tal forma que Sarai Linder ficou completamente sobrecarregada e pediu a Klara Bühl, apesar de ser atacante, para vir ajudá-la.
Na verdade, precisou de apenas 25 minutos para marcar o primeiro golo pela seleção, que colocou a Suécia em vantagem pela primeira vez.
"Recebi a bola da 'Nattis' (Nathalie Björn) e vi que havia muito espaço para acelerar", disse Holmberg na zona mista, que de repente se tornou a jogadora com quem todos os jornalistas queriam falar após a vitória por 4-1. Tornou-se a segunda sueca mais jovem a marcar em Europeus, com 18 anos e 274 dias. "É difícil lidar com tantas emoções. É o que eu sonhava quando estava a ver a seleção em casa, no meu sofá", sorriu a mulher que se tornou a estrela da noite.
A primeira vez longe da família
Amanda Zaza, jornalista sueca do Aftonbladet, não ficou surpreendida: "Fiquei bastante impressionada por ela ter conseguido reproduzir o que faz durante toda a época no campeonato sueco contra uma das melhores seleções do mundo. Isso diz muito sobre o seu carácter e explica porque é que ela progrediu tão rapidamente na seleção nacional".
Antes de ser convocada para este Euro na Suíça, Smilla Holmberg só tinha sido chamada para um encontro com a equipa principal, tendo passado a época com as sub-19. Enquanto estudava para o equivalente aos exames de secundário, a número 31 do Hammarby fez o primeiro jogo pela Suécia no empate 0-0 com a Itália na Liga das Nações, a 30 de maio.
"Vê-la na Euro não foi tão surpreendente, já que as outras laterais ou não estão no seu nível ou estão lesionadas", comenta Zaza. A própria Holmberg disse à imprensa local que ficou "totalmente chocada" quando soube que era uma das 23 sortudas.
"É a primeira vez que estou longe da minha família durante tanto tempo", comentou a natural de Estocolmo à chegada aoo estágio.
Para compensar, toda a família viajou para a Suíça, incluindo avô e avó. Já o irmão gosta de colecionar camisolas da seleção, como a que Madelen Janogy usou contra a Alemanha. E quando não está com a família, Smilla joga Fortnite na Playstation que trouxe para o local de estágio da Suécia. "Fora do campo, ela é uma pessoa muito tranquila, com os pés bem assentes na terra, é uma pessoa adorável", comenta Nadia Nadim, a internacional dinamarquesa que jogou com ela durante três meses no Hammarby.
Uma jogadora "super-rápida" a ser cortejada
Em campo, a atacante descreve Holmberg como uma jogadora "super-rápida".
"Ela impressionou-me muito porque é capaz de manter uma alta intensidade durante 90 minutos, algo que não tenho visto com frequência no futebol feminino. É muito talentosa, defensiva e ofensivamente, está sempre pronta a aprender e nos treinos dá sempre 100%", analisou.
Também sabe marcar golos, o que atraiu a atenção do selecionador Peter Gerhardsson antes da convocatória. Em 2023, recebeu mesmo o prémio da Federação Sueca de Futebol para o golo mais bonito do ano, por um golo marcado contra as sub-23 contra a Islândia.
Entretanto, tinha-se estreado como profissional no Älvsjö AIK aos 16 anos, apesar de ser formada no Hammarby, ao qual se juntou na época seguinte. Nesse mesmo verão, foi convidada a visitar as instalações do Lyon e a treinar com a equipa profissional durante algumas sessões, para se ambientar a um grande clube. É um passo que a jovem que completa 19 anos no dia 11 de outubro, não deve demorar a dar, dado o seu potencial.
"Ela pode ser jovem, mas já deixou a sua marca na seleção. Tenho certeza de que há clubes a fazer fila para contratá-la", garantiu Amanda Zaza, que espera que ela deixe o campeonato sueco.