“Foi um telefonema de três minutos e a razão apresentada foi que ele estava a preparar-se para o Campeonato do Mundo de 2027”, revelou Le Sommer, de 36 anos, durante uma videoconferência. “Fiquei chocada por ter sido uma conversa tão curta. Nem pensei que alguém pudesse dar-me esta notícia por telefone, por isso senti-me traída”, acrescentou.
Recordista de 200 internacionalizações pela seleção, Le Sommer preferiu ser cautelosa quanto ao seu futuro nos Bleues:
“Voltar à seleção? Sinceramente, não sei. Neste momento, a decisão não cabe a mim. Não estou a pensar nisso, mas terei de refletir. O que posso dizer é que foi uma grande desilusão, difícil de digerir.”
Melhor marcadora da história da seleção francesa, com 94 golos, Le Sommer confessou que acreditava estar incluída no projeto para o Euro: “Estava no grupo de liderança no início da época, participei em reuniões com o treinador e, com a Wendie Renard (também não convocada), negociámos até os bónus para o Euro. Por isso, embora não tivesse garantias, pensei logicamente que faria parte dos planos. Foi por isso que me custou compreender e senti esta espécie de traição.”
Atualmente no Deportivo Toluca, no México, clube pelo qual assinou em junho e já soma oito golos, incluindo um hat-trick na última quarta-feira, a antiga avançada do Olympique Lyon admite que a distância a ajudou a lidar com a situação:
“Queria ir para longe, mudar de ares. Durante o Euro, vi apenas os resumos dos jogos, porque os horários não coincidiam com os treinos. Limitei-me a acompanhar os resultados.”
A seleção francesa, por sua vez, sofreu nova desilusão ao ser eliminada nos quartos de final do Euro, no dia 19 de julho, frente à Alemanha (1-1, 6-5 no desempate por penáltis).