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A atual dupla vencedora da Bola de Ouro (2023 e 2024) teve até agora de se contentar com 10 minutos contra Portugal (5-0), a segunda parte contra a Bélgica (6-2) e já foi titular contra a Itália (3-1).
O brilho foi para outras jogadoras, especialmente a sua antecessora como vencedora individual, Alexia Putellas (2021 e 2022) - três golos e quatro assistências - e Esther González, a melhor marcadora do torneio com quatro golos.
No entanto, nove jogadoras espanholas diferentes marcaram golos durante o torneio. Aitana esteve perto de marcar contra a Itália, com um remate envenenado que estava quase a festejar quando a guarda-redes Laura Giuliani apareceu para o afastar.
O seu melhor desempenho até agora foi contra a Bélgica, quando entrou em campo após o intervalo e foi uma das protagonistas da tremenda dança de La Roja em Thun, no sopé dos Alpes, com quatro golos na segunda parte.
Recuperação expressa
Mas a médio do Barça quer mais. A frustração de ter sofrido uma doença súbita e grave transformou-se em impaciência.
No dia 28 de junho, foi anunciado que havia sido internada no hospital em Madrid - com uma via intravenosa -, no dia 30 de junho chegou ao centro de treino de Lausanne e, no dia 3 de julho, estava a aquecer à margem do Stadion Wankdorf com uma indisfarçável vontade de ganhar alguns minutos.
"Ela está bem, podia ser titular, mas temos de a travar, não podemos correr riscos", insistiu o treinador Montse Tomé nos primeiros dias da competição.
A sua ausência do 11 inicial nos dois primeiros jogos permitiu que a sua companheira de equipa do Barcelona, Vicky López (18 anos), uma das sensações frente à Suíça, se estreasse numa grande competição.
"Estou pronta para jogar 90 minutos. Em nenhum momento demonstrei qualquer sinal de fraqueza. No final, se eu estiver bem, eu saio. Não gosto de ser suplente, obviamente que os serviços médicos tiveram de fazer o seu trabalho, os tempos foram respeitados. Logicamente, isso frustra-me", admitiu Aitana numa entrevista após o primeiro jogo.
Apesar do aperto de Vicky, a menos que haja uma grande surpresa, Aitana estará no 11 contra a Suíça, uma excelente oportunidade para mostrar a sua classe contra um país anfitrião que terá quase 30.000 adeptos a apoiá-la, novamente em Berna - o terceiro jogo da Espanha em quatro.
"A melhor altura para brilhar"
Algo que raramente acontece numa grande competição, a Espanha tem uma semana inteira para se preparar para os quartos de final, praticamente uma pré-época, o que poderá ser muito útil para a jogadora do Barcelona.
"Por enquanto, a equipa não precisa dela, mas os jogos a eliminar estão a começar e todas as jogadoras querem brilhar", disse à AFP Vero Boquete, lenda do futebol espanhol.
"Foi um Euro atribulado para ela, mas teve uma progressão, agora que está a 100% esperamos o melhor dela na melhor altura... Agora, a Espanha vai precisar mesmo de Aitana", acrescentou a comentadora televisiva durante o torneio.
Aitana, uma das cinco capitãs espanholas na Suíça, é clara. "O Campeonato da Europa esteve sempre presente na minha mente, não podia faltar".